A biblioteca pessoal de Marlon Brando: 5 obras que ele nunca abandonava

Conheça os livros que inspiraram Marlon Brando fora dos holofotes. Leituras que revelam sua mente questionadora e seu lado mais filosófico

⏱️ 6 min de leitura

Marlon Brando é lembrado por personagens intensos como Stanley Kowalski, Terry Malloy e Don Corleone, figuras que marcaram o cinema com sua força bruta e magnetismo. Fora das telas, sua vida foi igualmente complexa, marcada por conflitos familiares, ativismo político e um temperamento imprevisível.

Apesar de ter abandonado a escola e conviver com uma leve dislexia, Brando cultivava uma paixão intensa por livros. Frequentava sebos com frequência e formou uma biblioteca pessoal com cerca de 3.000 volumes, abrangendo temas como literatura, filosofia, política e espiritualidade. Muitos desses livros continham anotações nas margens, revelando um leitor atento e reflexivo.

Após sua morte, parte dessa coleção foi adquirida por Johnny Depp, seu amigo e colega de cena em “Don Juan DeMarco” . Sendo assim,  vamos Compartilhar 6 obras que Malon Brando fazia questão de manter em sua biblioteca pessoal.

Livros que influenciaram Marlon Brando

O Apanhador no Campo de Centeio — J.D. Salinger

Capa do livro O Apanhador no Campo de Centeio — J.D. Salinger
O Apanhador no Campo de Centeio — J.D. Salinger

Entre os mais de 3.000 livros que compunham a biblioteca pessoal de Marlon Brando, O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, ocupa um lugar de destaque. Considerado um dos romances de formação mais influentes do século XX, a obra acompanha o jovem Holden Caulfield em uma jornada introspectiva de críticas à hipocrisia social, sentimentos de alienação e a busca por autenticidade em um mundo que lhe parece artificial.

A escolha dessa obra por Brando não parece aleatória. A inquietação e o inconformismo de Holden encontram paralelos na própria trajetória do ator, que frequentemente se viu em conflito com as expectativas da indústria cinematográfica e os padrões impostos pela sociedade. Para Brando, a leitura do romance representou mais do que entretenimento: um espelho de suas próprias reflexões sobre o mundo e sobre si mesmo.

LEIA MAIS: Bill Gates indica 5 autobiografias que marcaram sua vida e carreira. Confira!

O Profeta — Khalil Gibran

Capa do livro O Profeta — Khalil Gibran
O Profeta — Khalil Gibran

O Profeta, de Khalil Gibran, é uma das obras mais reconhecidas da literatura espiritual e também integrava a biblioteca pessoal de Marlon Brando. Escrito em forma de prosa poética, o livro reúne uma série de discursos do personagem Almustafa, que oferece reflexões sobre temas como amor, trabalho, dor, liberdade e autoconhecimento.

A presença dessa obra entre os livros mais marcados de Brando revela sua afinidade com textos que exploram a essência da existência humana. A busca por sentido e as questões filosóficas abordadas por Gibran dialogavam diretamente com as inquietações do ator, conhecido por sua mente questionadora e seu interesse em compreender os dilemas da vida para além da fama e da atuação.

As Veias Abertas da América Latina — Eduardo Galeano

Capa do livro As Veias Abertas da América Latina — Eduardo Galeano
As Veias Abertas da América Latina — Eduardo Galeano

Entre os títulos que evidenciam o compromisso social de Marlon Brando, As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, ocupa um papel significativo. Neste ensaio histórico e político, o autor expõe com clareza as raízes da exploração econômica e social que marcaram o continente desde a colonização europeia até o século XX, denunciando as desigualdades estruturais que ainda perduram.

Brando, notoriamente engajado em movimentos pelos direitos civis e na defesa de minorias, encontrou na obra de Galeano um reflexo de suas próprias convicções. A leitura desse livro não foi apenas informativa, mas também alinhada com sua postura crítica diante das injustiças globais. Para o ator, a obra representava um chamado à conscientização — uma ponte entre a arte, a política e a responsabilidade social.

LEIA MAIS: As 10 lições práticas de vida do livro “O Poder do Subconsciente”. Veja mais!

O Segundo Sexo — Simone de Beauvoir

Capa do livro O Segundo Sexo — Simone de Beauvoir
O Segundo Sexo — Simone de Beauvoir

O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, é um marco do pensamento feminista e filosófico do século XX, e também fazia parte da eclética coleção de livros de Marlon Brando. Na obra, de Beauvoir analisa a opressão histórica das mulheres sob uma perspectiva existencialista, questionando os papéis atribuídos socialmente ao gênero e desafiando as bases da desigualdade.

A presença na biblioteca de Brando mostra seu interesse por obras que abordam de forma crítica as estruturas sociais e os mecanismos de poder. Conhecido por sua curiosidade intelectual e inquietação diante das normas estabelecidas, Brando possivelmente viu na leitura de O Segundo Sexo uma oportunidade de expandir sua compreensão sobre as relações humanas e refletir sobre questões fundamentais de justiça e igualdade.

Meditações — Marco Aurélio

Capas do livro Meditações — Marco Aurélio
Meditações — Marco Aurélio

Entre as obras filosóficas que compunham a biblioteca de Marlon Brando, Meditações, de Marco Aurélio, ocupa um lugar de destaque. Escrito pelo imperador romano como um exercício de autoconhecimento, o livro reúne informações sobre ética, autocontrole, humildade e a natureza da existência, oferecendo uma visão prática da filosofia estoica.

Para Brando, cuja vida foi marcada por intensos conflitos internos e a pressão constante da fama, os ensinamentos estoicos presentes em Meditações serviam como um guia para a introspecção e a resiliência. A busca por equilíbrio emocional e sentido diante das adversidades encontrava eco nas palavras de Marco Aurélio, reforçando a dimensão filosófica de um ator que sempre quis compreender mais do que apenas o mundo à sua volta,  mas também a si mesmo.

LEIA MAIS: Dois gigantes nas telas: filmes prometem quebrar recordes no memorial day

Ao longo dos séculos, Meditações foi publicado em diversas edições e traduções, consolidando-se como uma das obras filosóficas mais influentes da história, lida não apenas por estudiosos, mas também por artistas, líderes e pessoas em busca de orientação interior.

Comentários estão fechados.