Milhões de pessoas estão expostas à contaminação da água por produtos químicos ‘invisíveis’

Um estudo aponta que compostos resistentes ao tratamento de águas residuais afetam 23 milhões de pessoas e representam riscos à saúde pública

Um estudo recente publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences destacou um problema ambiental preocupante: a contaminação da água potável por substâncias químicas conhecidas como PFAS.

Esses compostos, amplamente utilizados em diversas indústrias e na formulação de medicamentos, possuem propriedades que dificultam sua degradação natural e a remoção eficaz durante o tratamento da água.

Com isso, milhões de americanos estão expostos a esse risco, com implicações significativas para a saúde pública. Devido à sua persistência no ambiente, os PFAS são frequentemente chamados de “produtos químicos eternos”, o que ressalta a complexidade de lidar com sua presença.

Esse alerta evidencia a necessidade de estratégias mais sofisticadas e rigorosas para proteger os recursos hídricos e mitigar os impactos dessas substâncias no ecossistema.

LEIA MAIS: Escavações em Luxor encontram moedas de Alexandre, o Grande

Como os PFAS chegam à água potável?

água potável
Produtos químicos ‘invisíveis’ representam uma grave ameaça à qualidade da água potável — Foto: Freepik

Os PFAS são despejados nas águas por residências e indústrias que os utilizam em sua formulação. As instalações de tratamento, responsáveis pelo processamento das águas residuais de aproximadamente 70% da população nos Estados Unidos, enfrentam dificuldades para remover esses compostos de forma eficaz.

Consequentemente, essas substâncias são liberadas em rios e lagos, eventualmente retornando ao sistema de distribuição de água potável.

LEIA MAIS: 6 sinais de que você é bom em administrar suas emoções

A pesquisa conduzida pelo cientista ambiental Bridger Ruyle estima que cerca de 23 milhões de estadunidenses podem estar expostos a riscos de contaminação hídrica. Embora a Agência de Proteção Ambiental (EPA) tenha implementado novas regulamentações em 2024, limitando a presença de seis tipos de PFAS na água potável, o estudo revelou que esses compostos regulamentados representam apenas uma pequena fração da contaminação total, cerca de 8%.

Além disso, a crise climática agrava ainda mais a situação. Em regiões sujeitas a secas, onde a reutilização de águas residuais é prática comum, a concentração de PFAS na água tratada é ainda maior.

Esse cenário ocorre porque a escassez hídrica limita a disponibilidade de água natural para diluir esses compostos presentes nas águas residuais. Como resultado, a proporção de PFAS na água destinada ao consumo humano aumenta, elevando os riscos associados à exposição a esses poluentes persistentes.

LEIA MAIS: Comédia romântica se passa em Nova York e está disponível na Netflix. Confira!

Os riscos dos PFAS para a saúde

Os PFAS destacam-se por sua alta persistência tanto no meio ambiente quanto no organismo humano, o que os torna particularmente perigosos. Estudos associaram esses compostos a distúrbios na tireoide, infertilidade e até mesmo certos tipos de câncer. A água “tratada” é uma das principais fontes de exposição, agravada pela incapacidade das tecnologias atuais de remover esses químicos de maneira eficaz.

Possíveis soluções e recomendações

Especialistas apontam que a solução mais eficiente é prevenir a introdução dos PFAS  no ambiente desde o início, reduzindo seu uso na indústria e nos medicamentos. Além disso, é fundamental aprimorar as técnicas utilizadas para tratar as águas residuais, embora isso exija investimentos significativos.

Enquanto soluções de longo prazo não são implementadas, recomenda-se o uso de filtros domésticos para diminuir a exposição individual a esses compostos. Contudo, os pesquisadores enfatizam que medidas preventivas em larga escala são indispensáveis para proteger a saúde pública.

LEIA MAIS: Você usa o ciclo rápido da máquina de lavar? Então, pense bem antes!

Nesse sentido, a pesquisa ressalta a importância de compreender melhor as fontes de contaminação para mitigar o impacto dos PFAS no meio ambiente e na saúde humana. Com a combinação de regulamentações mais rigorosas, conscientização pública e inovação tecnológica, é possível reduzir os riscos e garantir um abastecimento de água mais seguro para todos.

Comentários estão fechados.