Origens e genealogia da família “Leal” no Tocantins!

Conheça a origem nobre da família Leal, seu brasão histórico e sua trajetória até o Brasil, especialmente no Tocantins

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Os Leal estavam entre os nobres da Casa Real, e o apelido está relacionado à lealdade ou fidelidade do cão, elemento de destaque no brasão da família.

A partir de um trabalho chamado “Achegas à genealogia da família real” — iniciado pelo vigário João Evangelista Gomes Leal Periquito, continuado pelo Brigadeiro Antônio Gomes Leal e Antônio Gomes Leal Periquito, com contribuições de Franklin de Seve e ampliado pela viscondessa de Odivelas — conclui-se que existiam, no mínimo, dois ramos importantes dessa família: o ramo dos Silveira e o ramo dos Gomes Leal, de Pernambuco.

Brasão da Família Leal
Brasão da Família Leal

Origem do ramo Silveira

O alemão Nicolau Novo era casado com Mariana Quaresma. Juntos, foram pais de João Fradique Novo, avós de Jerônimo de Mendonça Furtado, bisavós de Teresa dos Santos Silveira e Almeida, trisavós de Isabel da Silveira Magalhães Duarte e tetravós de Mariana da Silveira e Miranda Mota.

Vamos retomar brevemente as primeiras gerações desse ramo da família, conhecido como o ramo dos ascendentes — os Silveira.

João Fradique Novo teve participação em lutas tanto em Portugal quanto no Brasil, especialmente em Pernambuco. Destacou-se na guerra contra os holandeses e lutou na Batalha dos Guararapes, da qual saiu ferido. Ingressou nas forças de Dom Fradique de Toledo, seu parente, e era casado com Maria Quaresma.

Jerônima de Mendonça Furtado nasceu em 1670, em Olinda, e faleceu em 1708. Foi casada com André dos Santos Silveira, natural do arcebispado de Évora, que faleceu em 1753, também em Olinda. Ele era filho de Matias dos Santos Oliveira, de Coimbra, e Ana Rodrigues da Guarda. O casal teve os seguintes filhos:

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 Filhos de Jerônimo de Mendonça Furtado e André dos Santos Silveira

  1. Teresa dos Santos Silveira de Almeida, nascida em Olinda em 1700 e falecida em 1769, casada com Manoel Magalhães Duarte
  2. Isabel da Silveira Magalhães Duarte, nascida em 1734 em Olinda, primeira consorte do Sargento-Mor Rodrigo José de Miranda Mota, de Braga, Portugal, falecida em 1798 e Brígida Miranda.
  3. Mariana da Silveira e Miranda Mota, nascida em 1720 em Olinda e falecida em 1823.

Ramo dos descendentes

Este ramo da família tem início com o casamento do Sargento-Mor Cavaleiro Antônio Gomes Leal, realizado em 8 de agosto de 1754, na cidade de Aguiar da Beira, pertencente ao bispado de Coimbra. Sua esposa foi Mariana da Silveira e Miranda Mota, tetraneta do casal que originou o já citado ramo Silveira.

Antônio Gomes Leal faleceu em 8 de agosto de 1844, aos 90 anos. Ele era filho de José Gomes Leal e Josefa Gomes. Do casamento com Mariana da Silveira e Miranda Mota, nasceram os seguintes filhos:

Descendentes de Antônio Gomes leal e Mariana da Silveira e Miranda Motta

  1. José Gomes Leal que foi casado com suas sobrinhas Maria Antônia da Conceição Seve, nascida em 25 de fevereiro de 1809 e Alexandrina Maria do Espírito Santo Seve, nascida em 25 de maio de 1826, filhas de João Maria, tendo do primeiro leito sete filhos e do segundo também sete.
  2. Alexandrina da Silveira e Miranda Mota Leal, casada com João da Cunha Magalhães.
  3. Isabel da Silveira e Miranda Mota Leal, nascida em 29 de novembro de 1780 em Olinda e falecida em Recife em 1862, casada com João Maria Seve, nascido em Portugal em 28 de novembro de 1788

As primeiras referências documentais sobre a família Gomes Leal em Goiás datam de 1797, com Dionísio Gomes Leal, que atuava como um dos irmãos provedores da Irmandade dos Passos de São José do Tocantins. Outra menção, ainda mais antiga, é de 1776, referente a Álvaro Gomes Leal, também ligado à mesma irmandade.

Segundo a obra Memória de Niquelândia, que utiliza como fonte o Arquivo do Museu das Bandeiras, há ainda o registro de Álvaro José Xavier da Silva, filho de Fernando José Leal, que teria sido nomeado Sargento-Mor do regimento do Capitão Mamede — embora o ano exato da nomeação não esteja claro. A mesma fonte também menciona Luís Antônio Leal, que atuava como tesoureiro e escrivão em São Félix.

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Procedência da família Leal de Conceição e Dianópolis

Embora um inventário datado de 1801, realizado em Natividade, mencione o advogado José de Fonte Leal, tudo indica que os membros da família Leal que se estabeleceram em Conceição e Dianópolis vieram de Goiás no início do século XIX. Inicialmente, fixaram-se por muitos anos em Conceição, numa época em que São José do Duro ainda era distrito do então município de Conceição do Norte.

Informações valiosas sobre essa família são fornecidas por Casimiro Costa em seu manuscrito intitulado “Minha História”, no trecho chamado ‘Alguma Coisa sobre Conceição do Norte e São José do Duro’. Nele, o autor relata que Custódio José de Almeida Leal chegou a Conceição acompanhando um bispo durante uma missão de desobriga. Ao chegar ao arraial, decidiu permanecer no local e passou a administrar as fazendas do Coronel Serafim Teles Fernandes — propriedades herdadas do Padre Chagas, posteriormente transferidas ao Coronel Francisco de Almeida Salerna e, por fim, ao próprio Coronel Serafim.

Pela sua formação e competência, Custódio José de Almeida Leal conquistou a confiança do Coronel Serafim, tornando-se a pessoa de confiança indicada para cuidar dos negócios da família. Casou-se com Ana Benedita Teles Fernandes, filha do Coronel, e desse casamento nasceram os seguintes filhos:

Descendentes de Custódio José Almeida leal e Ana Benedita Teles Fernandes

  1. José de Almeida Leal, casado com Antônia de Araújo Bacelar, filha de Justino de Araújo Bacelar.
  2. Serfim José Leal, casado com Generosa da Silva Guedes, filha Esperidião da Silva Guedes.
  3. Custódio José Leal, casado com Francisca Bandeira Gonçalves.
  4. Maria da Purificação Leal, casada com Manoel Fernandes de Oliveira e em segundas núpcias com Joaquim Francisco de Azevedo (V. família Fernandes).
  5. Maria Jovita Leal, casada  com Joaquim Ayres Cavalcante Wolney.
  6. Auta do Espírito Santo Leal, casada com José Fernandes de Oliveira.
  7. Benedita Leal, casada com Eliseu Antônio de Araújo.
  8. Luísa Beatriz Leal, casada com o Coronel Francelino Teles de Faria.
  9. Modestina Leal, casada com João Evangelista Teles de Faria.
  10. Francisca Leal, casada com Joaquim Francisco de Azevedo. (Em segundas núpcias Joaquim Francisco de Azevedo se casou com sua cunhada Maria da Purificação Leal, viúva de Manoel Fernandes de Oliveira).
  11. Francelina Leal, casada com João de Brito Guimarães.

 

Foto de Custódio José Leal
Custódio José Leal – Imagem/Reprodução: Livro Historiologia

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Os Leal passaram a integrar as famílias Ayres Cavalcanti, Costa, Rodrigues e Póvoa.


Nota 1: Este texto é uma adaptação do livro “Historiologia”, do historiador Osvaldo Rodrigues Póvoa (11/05/1925 – 09/11/2023), que dedicou sua vida a preservar e compartilhar a memória histórica de nossa sociedade.

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