Tsunami na Europa? Especialistas veem risco real nos próximos anos
Falha geológica no Mar de Alborán pode provocar ondas de seis metros em regiões costeiras
A Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO divulgou um alerta preocupante sobre a possibilidade de um tsunami na Europa nos próximos 30 anos. O epicentro do risco está no Mar de Alborán, entre a costa da Espanha e o norte da África, onde uma falha geológica pode gerar ondas de grande impacto.
O alerta destaca que moradores de áreas costeiras teriam pouco tempo para reagir caso um terremoto subaquático ocorra. Neste contexto, as autoridades já trabalham em medidas de prevenção para reduzir os impactos desse fenômeno.
Como um tsunami pode atingir o Mediterrâneo
Um dos pontos críticos é a falha de Averroes, uma rachadura geológica submersa que pode se movimentar devido a atividades sísmicas. Segundo especialistas, um tremor nessa região poderia gerar ondas de até seis metros de altura.
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Se ocorrer um terremoto de grande magnitude no Mar de Alborán, as águas poderiam alcançar a costa da Espanha em apenas 21 minutos. Além disso, um sismo na Argélia poderia causar um tsunami que cruzaria o Mediterrâneo em pouco mais de uma hora, impactando também países como França e Itália.
Sistemas de monitoramento e alerta
Para prever tsunamis, cientistas utilizam sismógrafos e sensores oceânicos que medem variações no nível do mar. Ao identificar um terremoto subaquático, esses equipamentos podem detectar ondas anormais e emitir alertas às autoridades.
Além do monitoramento constante, pesquisadores analisam registros de tsunamis passados. Desde o início do século XX, o Mediterrâneo e mares vizinhos registraram cerca de 100 tsunamis, representando 10% do total mundial. Assim, esse histórico reforça a necessidade de planos de prevenção.

O que está sendo feito para evitar tragédias?
A UNESCO tem investido em estratégias para proteger áreas de risco. Em 2022, um estudo foi realizado nas Ilhas Eólias, na Itália, com o objetivo de avaliar o impacto de vulcões subaquáticos na formação de tsunamis. A meta é preparar as populações costeiras para saber como agir em caso de emergência até 2030.
Na Espanha, o Plano Estadual de Proteção Civil contra Riscos de Tsunamis já está em vigor, com sistemas de alerta para identificar terremotos no mar. A cidade de Chipiona, na região de Cádiz, pretende ser o primeiro município espanhol totalmente preparado para um tsunami.
Se um tsunami for gerado próximo ao Cabo de São Vicente, em Portugal, ele pode atingir a costa sul da Espanha em 40 minutos. Desse modo, em um cenário como esse, autoridades e cidadãos teriam menos de uma hora para evacuar as áreas de maior risco.
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Apesar das chances de um tsunami significativo em Cádiz serem de apenas 10% nos próximos 50 anos, os planos de prevenção seguem sendo aprimorados para minimizar possíveis danos.
Nesse sentido, a ameaça de um tsunami na Europa ainda é considerada baixa, mas os estudos indicam que a possibilidade existe. Portanto, a preparação antecipada pode ser fundamental para evitar tragédias em um evento inesperado.
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