Um eclipse no Egito Antigo pode ter mudado rituais milenares. Veja mais!

No Egito Antigo, as pirâmides simbolizavam poder e conexão com Rá, o deus do Sol. Quéops, Quéfren e Miquerinos seguiram esse modelo em Gizé. No entanto, o faraó Shepseskaf surpreendeu ao optar por uma tumba retangular, afastando-se não só da arquitetura tradicional, mas também do centro religioso de Heliópolis, possivelmente devido a um eclipse solar no Egito.

Evento astronômico pode ter influenciado decisão do faraó

Estudos recentes indicam que um eclipse solar no Egito, ocorrido em 1º de abril de 2471 a.C., pode ter sido o motivo por trás da escolha atípica de Shepseskaf. Segundo o arqueoastrônomo Giulio Magli, o fenômeno durou quase sete minutos e aconteceu exatamente na área onde sua tumba foi construída, no sul de Saqqara.

Saqqara é uma vasta necrópole localizada a cerca de 30 km ao sul do Cairo, no Egito, que serviu como principal cemitério da antiga capital egípcia, Mênfis. Reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1979, Saqqara abriga uma rica coleção de monumentos funerários que refletem milênios de história egípcia.​

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Durante o eclipse solar no Egito, Vênus e Mercúrio teriam se alinhado de forma simétrica ao longo da eclíptica. Simultaneamente, próximo ao Sol ocultado surgiu o aglomerado estelar das Plêiades. Esse conjunto visual raro pode ter sido interpretado como um sinal divino ou espiritual, provocando alterações na forma como o culto solar era compreendido.

Apesar de não seguir o modelo piramidal, a estrutura de Shepseskaf era monumental: quase 100 metros de comprimento por mais de 74 de largura. Isso mostra que sua construção não foi fruto de limitações técnicas ou financeiras, mas sim uma escolha consciente. Sua localização também indica uma possível tentativa de conexão direta com o local do eclipse.

Interpretações em debate acerca do eclipse solar no Egito

Conforme o estudo, a nova hipótese reforça a ideia de que fenômenos astronômicos impactaram não apenas a religiosidade, mas também as decisões políticas e arquitetônicas do Egito Antigo. O eclipse solar no Egito pode ter provocado uma pausa na adoração a Rá ou uma reformulação momentânea do culto solar, explicando por que Shepseskaf rompeu com séculos de tradição funerária.

A interpretação do eclipse permanece desconhecida. No entanto, o contexto sugere que os egípcios atribuíram grande significado a ele. Caso a teoria se confirme, o episódio marca um ponto intrigante de mudanças na história das dinastias faraônicas.

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A influência dos astros sobre civilizações antigas ainda guarda muitos mistérios. Mas uma coisa é certa: os movimentos do céu podem influenciar o caminho na Terra!