Você conhece a cidade brasileira planejada sem cruzamentos convencionais?

Conheça a cidade brasileira se tornou uma referência mundial em planejamento urbano

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Brasília, concebida por Lúcio Costa e inaugurada em 1960, é verdadeiramente um marco do urbanismo moderno. Seu projeto inovador eliminou cruzamentos convencionais, substituindo-os por vias expressas e interseções em desnível, conhecidas como “tesourinhas“.

O objetivo era garantir fluidez ao tráfego e separar as funções urbanas. Assim, essa abordagem refletia a visão de uma cidade funcional, adaptada à era do automóvel, e proporcionou, por décadas, um trânsito mais organizado em comparação a outras capitais brasileiras.

Os cruzamentos convencionais deram lugar às interseções em desnível, popularmente conhecidas como “tesourinhas” – Foto: Flickr

No entanto, com o crescimento populacional e o aumento da frota de veículos, essa estrutura planejada passou a enfrentar novos desafios. Nos últimos anos, o Distrito Federal registrou um aumento significativo no número de automóveis, gerando congestionamentos frequentes, especialmente nos horários de pico. Isso se agrava ainda mais pela expansão urbana em áreas como Águas Claras, onde o desenvolvimento imobiliário não foi acompanhado por melhorias na infraestrutura viária, resultando em gargalos no trânsito.

Embora o planejamento original de Brasília tenha proporcionado uma base sólida para a mobilidade urbana, os desafios contemporâneos evidenciam a necessidade de adaptações contínuas. Sem a visão estruturada de seus idealizadores, a situação atual seria ainda mais complexa.

Essa característica de ausência de cruzamentos reflete o modelo das superquadras, um conceito inovador do urbanista Lúcio Costa que moldou Brasília desde sua construção.

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O conceito das superquadras

As superquadras são grandes blocos residenciais que integram espaços para viver, trabalhar e se divertir. Cada uma é cercada por áreas verdes, escolas, comércios e até igrejas, criando um ambiente mais seguro e acessível. Além disso, elas contam com ruas internas que possuem limites de velocidade baixos, facilitando o trânsito e promovendo a convivência entre pedestres e veículos.

O planejamento viário de Brasília foi feito para garantir um fluxo contínuo. As vias expressas, como os Eixos Rodoviário e Monumental, são projetadas para tráfego rápido, enquanto as vias secundárias oferecem acessos indiretos às superquadras, eliminando a necessidade de cruzamentos diretos. Em vez de semáforos tradicionais, a cidade utiliza rotatórias, túneis e passagens subterrâneas.

A razão por trás da ausência de cruzamentos

A ausência de cruzamentos em Brasília foi uma decisão estratégica com diversos objetivos. Primeiramente, buscava-se reduzir congestionamentos e aumentar a fluidez no trânsito. Além disso, a cidade foi concebida para separar funções urbanas, como residência, comércio, lazer e trabalho, garantindo uma integração sem os conflitos que os cruzamentos tradicionais podem causar. O plano também priorizou a segurança viária, criando um ambiente urbano que favorece tanto motoristas quanto pedestres.

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Além de inovador, o modelo urbanístico de Brasília foi reconhecido mundialmente. Em 1987, a cidade foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, em razão de seu design único e sua contribuição ao urbanismo moderno.

Você sabia que Brasília foi projetada em apenas 10 dias por Lúcio Costa? Suas superquadras seguem o padrão “quadra 400”, com prédios baixos e muitas áreas arborizadas. Além disso, a cidade foi uma das primeiras no mundo totalmente planejadas para carros, embora busque equilibrar isso com espaços para pedestres.

Por fim, apesar de algumas críticas, como a falta de acessibilidade entre diferentes áreas, o plano de Brasília ainda se destaca como um modelo de planejamento urbano no mundo.

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