10% dos brasileiros usam chatbots para terapia, e isso não é bom!
Estudo revela que a substituição de psicólogos por IA está crescendo, trazendo desafios para a saúde mental no país.
Uma nova pesquisa realizada pela Talk Inc revela um dado alarmante: 1 em cada 10 brasileiros está utilizando chatbots como terapia, como o ChatGPT, para desabafar ou buscar apoio emocional, em vez de procurar psicólogos.
Esse fenômeno, embora pareça uma alternativa prática, levanta preocupações sobre os impactos na saúde mental e o acesso desigual aos cuidados adequados.
Crescimento da terapia com chatbots
O estudo apontou que 10% dos brasileiros já recorreram a chatbots para lidar com questões pessoais. As interações variam entre desabafos, busca por conselhos ou simples conversas. Com o avanço da inteligência artificial, essa prática se tornou mais acessível, especialmente em momentos em que a saúde mental está em evidência.
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Para muitos, esses bots oferecem uma maneira rápida e anônima de lidar com problemas. No entanto, o uso crescente dessa tecnologia como substituto para terapeutas humanos revela uma questão preocupante: a falta de acesso aos serviços de saúde mental adequados no Brasil.
Desigualdade no acesso à saúde mental
A popularização dos chatbots na terapia evidencia um problema crônico no país: o acesso limitado a psicólogos e outros profissionais de saúde mental. Embora a inteligência artificial possa oferecer algum tipo de alívio momentâneo, ela não substitui o acompanhamento especializado necessário em muitos casos.
Especialistas alertam que, apesar de os chatbots poderem ser úteis em certas situações, eles não têm a capacidade de compreender plenamente o contexto emocional e psicológico de uma pessoa. Essa situação agrava ainda mais a desigualdade no acesso à saúde mental, uma vez que muitos brasileiros buscam soluções tecnológicas devido à falta de opções acessíveis.
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A relação entre humanos e Inteligências Artificiais na era digital
Outro ponto preocupante destacado no estudo é a forma como as pessoas interagem com as inteligências artificiais. A pesquisa mostrou que 60% dos participantes tratam os chatbots como se fossem interlocutores humanos, conversando de maneira educada e até afetiva.
Tina Brand, cofundadora da Talk Inc, chama atenção para o fenômeno do “afeto artificial”. Ela ressalta que, ao tratar a IA como um substituto emocional, as pessoas podem criar uma falsa sensação de apoio, o que pode gerar uma desconexão ainda maior com o mundo real e seus relacionamentos.
Enquanto a terapia com chatbots cresce, o debate sobre a real função da inteligência artificial no campo da saúde mental se intensifica. A IA pode ser uma ferramenta útil como complemento a tratamentos convencionais, mas não deve ser vista como uma solução definitiva.
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É fundamental que políticas públicas sejam desenvolvidas para garantir o acesso a terapias adequadas para todos. O uso de tecnologia não deve ser uma alternativa para quem não consegue pagar por tratamento, mas sim um apoio adicional para aqueles que já têm acompanhamento profissional.
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