Quanto tempo posso guardar um vinho após aberto? 8 mitos sobre a bebida

Vinho: o que é mito e o que é verdade? Desvende os segredos agora!

O vinho, com sua rica história e cultura, é frequentemente mal interpretado, cercado por mitos que distorcem a realidade de sua complexidade e beleza.

Esclarecemos oito desses equívocos, trazendo à tona verdades fundamentais sobre a bebida de Baco, esclarecidas por especialistas renomados no campo da enologia.

Mitos sobre vinho em que você acredita

Harmonização flexível

O primeiro mito desafiado é a noção simplista de que vinhos tintos devem acompanhar carnes e brancos, peixes. Moisés Sandi e Franciele Santos, sommeliers de prestígio, explicam que a chave para uma harmonização bem-sucedida reside na consideração dos temperos e técnicas de cocção.

Eles afirmam que, independentemente da cor, o vinho pode ser harmonizado com uma ampla variedade de pratos, desafiando assim a rigidez tradicional das regras de harmonização.

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O potencial de envelhecimento dos vinhos brancos

Contrariando a crença de que vinhos brancos não podem ser envelhecidos, os especialistas esclarecem que, dependendo do método de produção e da variedade de uva, como Chardonnay e Riesling, estes vinhos podem, de fato, beneficiar-se do envelhecimento.

Por exemplo, o uso de barris de carvalho pode conferir aos brancos uma estrutura e textura que favorecem sua longevidade. Desmentindo a ideia de sua inaptidão ao envelhecimento.

Desmistificando os vinhos antigos

A crença de que “quanto mais velho, melhor” é aplicável a todos os vinhos é um mito.

A verdade é que apenas uma minoria dos vinhos é projetada para envelhecer por mais de sete anos. Isso porque a oxidação, facilitada pela microxigenação através da rolha, pode deteriorar suas qualidades organolépticas.

Os especialistas ressaltam que, embora alguns vinhos possam ser guardados após abertos — por dois a cinco dias, se refrigerados corretamente —, a maioria é melhor apreciada quando consumida jovem. Especialmente os vinhos de supermercado, que são feitos para um consumo rápido.

Vinhos Rosé são feitos de sobras?

O quarto mito abordado é a noção errônea de que o rosé é feito de sobras de tintos, o que é categoricamente falso.

Tanto Sandi quanto Santos destacam que os vinhos rosés, incluindo espumantes renomados de Champagne, são produzidos através de técnicas específicas. Por exemplo,a maceração curta ou a mistura cuidadosa de tintos e brancos, refutando a ideia de sua inferioridade.

É preciso decantar o vinho?

A necessidade de decantar certos vinhos, especialmente tintos mais encorpados e antigos, é um fato, não um mito.

Este processo permite a separação de sedimentos e a oxigenação da bebida, realçando seus aromas. No entanto, vale ressaltar que vinhos mais jovens geralmente não necessitam desta prática, pois poderiam ser prejudicados pela oxidação excessiva.

Vinhos brancos e uvas brancas

Um conceito frequentemente mal compreendido é que o vinho branco só pode ser produzido a partir de uvas brancas.

Os especialistas esclarecem que, através de métodos específicos evitam o contato do mosto com as cascas das uvas tintas. Então, é possível produzir vinhos brancos a partir destas, como os espumantes que utilizam Pinot Noir.

A verdade sobre as rolhas de cortiça

O sétimo mito examinado é a associação direta entre a qualidade do vinho e o uso de rolhas de cortiça.

Embora as rolhas de cortiça sejam tradicionalmente vistas como um indicativo de vinhos de guarda, a escolha entre cortiça e tampas de rosca depende mais do estilo e das intenções de consumo do vinho, como explicam Sandi e Santos.

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Vinhos e sua conservação após abertos

Finalmente, o mito de que vinhos não podem ser conservados após abertos é desmentido.

Assim, Sandi e Santos afirmam que, se devidamente refrigerados e armazenados em posição vertical, os vinhos podem manter suas características organolépticas por um período de dois a cinco dias após a abertura. Portanto, isso contraria a ideia de que devem ser consumidos imediatamente.

Além disso, muitos vinhos de qualidade optam por tampas de rosca para garantir a preservação de suas características. Especialmente em vinhos destinados ao consumo imediato.

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