Falar sozinho é normal? Saiba o que diz a ciência!
Como esse hábito comum pode ser um sinal de inteligência e uma ferramenta para resolver problemas
Quem é que nunca se pegou falando sozinho? O pensamento está lá, fluindo na mente, e quando percebemos, estamos ali, mexendo a boca (e pior, no meio de tudo mundo). Mas, afinal, falar sozinho é normal? E o que ocorre com o nosso cérebro que não conseguimos segurar?
A verdade é que, embora pouca gente reconheça, o fenômeno é mais comum do que se pensa. Inclusive porque faz parte da nossa natureza humana. Logo, existe uma explicação científica para isso.
O que os estudos dizem sobre falar sozinho?
A princípio, o que interpretamos como diálogos internos são, na verdade, um tipo de monólogo. E é bem isso, como se estivéssemos falando conosco mesmo. Ou seja, uma simulação da fala aberta.
E isso nada mais é do que uma manifestação da nossa própria atividade mental. No entanto, isso varia em intensidade e frequência para cada pessoa. Por isso, algumas experimentam um estado de silêncio interno. Por outro lado, outras são mais propensas a ter muitas conversas internas.
Só que, mesmo que não expressemos todo esse fluxo de pensamentos, o cérebro continua seu trabalho linguístico interno. Só para ter uma ideia, as áreas cerebrais que ativamos durante o pensamento verbal são semelhantes às que trabalhamos durante a expressão oral.
Por isso, em algum momento, articulamos palavras, mesmo enquanto estamos sem ninguém por perto.
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Em que etapa da vida isso é mais frequente?
Você já reparou que as crianças falam bastante sozinhas? Isso ocorre porque o processo é especialmente notável durante a infância. Primeiramente, nesta fase da vida, absorvemos informações como esponjas. Ademais, os pequeninos soltam a voz enquanto brincam.
Mas, isso muda por volta dos 5 ou 7 anos, quando essa verbalização é internalizada. Provavelmente, pelo fato de que a sociedade estabeleceu normas que desencorajam a prática de falar sozinho, associando-a com ideias de loucura.
No entanto, nosso cérebro não se afeta por esses preconceitos e continua buscando maneiras de manter diálogos internos, mesmo que discretamente. Ou seja, apesar dos olhares de desaprovação, o impulso de dialogar consigo mesmo persiste como expressão natural da mente humana.
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Tem gente que até resolve problemas com isso!
Pois é, enquanto nos perguntamos por que falamos sozinhos, há pessoas que lidam muito bem com esses diálogos internos. Mais ainda, acham que verbalizar seus pensamentos ajuda a organizar e clarificar ideias, facilitando a identificação de soluções.
Trata-se de uma forma de autoinstrução, onde a pessoa pode guiar-se através de um problema passo a passo. Além disso, falar sozinho pode ajudar a reforçar a memória e a concentração, pois ao ouvir a própria voz, a pessoa pode manter o foco na tarefa em questão.
Por fim, serve como uma forma de autoreflexão, permitindo que a pessoa explore diferentes perspectivas e opções antes de tomar uma decisão. Algo particularmente útil em situações que exigem planejamento ou quando se está aprendendo algo novo.
Tanto que muitos especialistas, como programadores, cientistas e escritores, utilizam regularmente para aprimorar seu trabalho.
E aí, vai parar com o “grilo” de entender por que falamos sozinhos?
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