Ghosting em entrevista de emprego: um fantasma na contratação
Entenda o impacto do ghosting em entrevista de emprego, sobretudo sobre sua reputação profissional
Quantas vezes um recrutador te deixou “no vácuo” em pleno processo de contratação? Por exemplo, fez a entrevista, prometeu dar o retorno em dois dias, mas simplesmente, sumiu? Pois é, falamos tanto no ghosting em relacionamentos amorosos que nem associamos o termo às questões profissionais. Mas, o ghosting em entrevista de emprego também existe e não vem apenas de quem contrata. Ou seja, quem se candidata também “dá o perdido” na empresa.
Um caso recente, inclusive, chamou a atenção das redes sociais. Segundo uma publicação do site Pequenas Empresas, Grandes Negócios, uma profissional em busca ativa de oportunidades denunciou a prática de uma recrutadora no LinkedIn. Laiba Saleem revelou que a RH desmarcou a entrevista oito minutos antes do horário combinado. Pior ainda, sequer compareceu na data remarcada. Olha a feiúra, hein?
E aí, o que ocorre com as pessoas que cometem o ghosting em entrevista de emprego? Dá para reverter essa quebra na confiança profissional?
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O que é o ghosting em uma entrevista de emprego?
Antes de tudo, vale entender exatamente do que se trata o termo ‘ghosting’. Comumente associado relatado no mundo dos encontros, o conceito acabou encontrando seu caminho também nos processos de contratação.
De modo geral, refere-se ao ato de desaparecer sem aviso prévio ou explicação, interrompendo toda comunicação. No contexto das contratações, significa, por exemplo, um candidato que não responde a e-mails ou chamadas após uma entrevista. Ou ainda, uma empresa que não fornece atualizações sobre o status da aplicação.
Inicialmente, o uso do termo no âmbito profissional pode ser até recente, mas as reclamações sobre isso não são nada novas. Só para ilustrar, uma pesquisa da HR Magazine mostra que 45% das pessoas candidatas foram ‘ghosted’ após uma conversa inicial com recrutador.
Mas, também tem job ghosting por parte de pessoas candidatas. Um artigo no LinkedIn até aponta motivos para isso: o fato de receber outra proposta antes e experiências ruins durante o processo seletivo.
Ou seja, tanto candidatos quanto recrutadores podem ser fantasmas no processo de contratação. Os primeiros desistem do processo sem informar a empresa, enquanto recrutadores deixam de comunicar o resultado de uma entrevista. Isto é, deixam os candidatos em um limbo profissional.
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Os sinais de um ghosting em entrevista de emprego
De modo geral, os principais indícios de um candidato ou candidata que abandonou o processo seletivo é justamente esse: não comparecer a entrevistas marcadas sem aviso prévio. Ou, ainda, deixar de responder a follow-ups após as entrevistas.
Já por parte das empresas, é a falta de resposta após várias tentativas de contato do candidato. E ainda, como é mais comum, não fornecer feedback após as etapas do processo seletivo.
Mas, há consequências
Pois é, embora seja uma prática bem comum no âmbito profissional, o ghosting em entrevista de emprego traz consequências para ambas as partes. Para quem se candidata, sumir ao longo do processo de contratação pode prejudicar sua reputação profissional.
Inclusive, isso pode fechar portas para oportunidades futuras na mesma empresa ou em outras que compartilhem feedbacks entre si. Por outro lado, no que toca às empresas, há danos para a imagem como empregador.
Com o tempo, o hábito até dificulta a atração de talentos de qualidade e compromete a marca no mercado. Ou seja, assim como para relacionamentos, deixar a outra parte no vácuo não faz bem para ninguém.
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Como evitar o ghosting na entrevista de emprego?
Então, que tal fazer tudo certinho para evitar mal entendidos? Existem meios de seguir com um processo seletivo transparente e, sobretudo, profissional. Basta fazer o seguinte:
- Seja transparente sobre suas intenções e disponibilidade, principalmente se for uma pessoa candidata
- Comunique-se prontamente se suas circunstâncias mudarem. Por exemplo, fechar a vaga por algum motivo ou não estar mais disponível para um início imediato
- Mantenha os candidatos informados sobre o processo, quando se trata das empresas.
- Ofereça feedback construtivo, independentemente do resultado. Ou seja, nada daqueles e-mails padrão, do tipo “você não tem o fit para a vaga”.
E dá para recuperar a imagem profissional após um job ghosting? Sim, sobretudo, interrompendo a prática. Lembra do caso da Laiba que começou este artigo? O CEO da empresa soube do ocorrido e ele mesmo entrou em contato com a candidata.
Admitindo o erro, reconheceu a evolução constante dos processos e operações, inclusive as necessidades de melhorias. Segundo a matéria da PEGN, também desejou o melhor nas prospecções de carreira de Laiba.
Bom, errar é humano só não dá para permanecer dando ghosting nas entrevistas de emprego, né?
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