Lugares históricos que restringem a entrada de mulheres ao redor do mundo

Saiba mais sobre locais históricos que ainda proíbem a entrada de mulheres devido a tradições milenares

Ao planejar uma viagem, além de considerar custos de passagem, alimentação e hospedagem, alguns viajantes, especialmente mulheres, precisam avaliar uma questão adicional: restrições de acesso com base em gênero.

Em vários lugares pelo mundo, mulheres são proibidas de visitar certos espaços, o que se torna um fator importante na escolha do destino.

Assim, é surpreendente perceber que, mesmo no século XXI, o gênero pode influenciar os locais que se pode ou não visitar.

Essas restrições, muitas vezes, estão relacionadas a tradições culturais profundamente enraizadas ou questões religiosas, e alguns desses locais são, paradoxalmente, reconhecidos como Patrimônios Mundiais da UNESCO.

Destinos onde mulheres enfrentam restrições

Comunidade Monástica do Monte Athos (Grécia)

Um destes lugares é o Monte Athos, na Grécia. Reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1988, este é um local composto por monastérios e é conhecido como “Montanha Sagrada”.

O monte está localizado na península de Calcídica, a cerca de 100 km a sudeste de Tessalônica, e abriga aproximadamente 1.500 monges ortodoxos distribuídos por vinte mosteiros principais. O acesso ao Monte Athos é exclusivamente por barco, partindo da cidade de Ouranoupoli.

Sendo um território monástico, apenas homens e animais do sexo masculino têm permissão para adentrar. Esta regra tem o objetivo de manter a observância pelos monges de seus votos de celibato.

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Monte Omine – Japão

Outro exemplo é o Monte Omine, no Japão, que há mais de mil anos impede a entrada de mulheres. Reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO em 2004, este local é uma montanha sagrada repleta de templos e santuários.

As restrições são justificadas pela possível “distração” que as mulheres poderiam representar aos peregrinos do sexo masculino e pelas impurezas associadas à menstruação, consideradas incompatíveis com várias práticas religiosas locais.

Ritual de subida no Monte Omine: no ritual de escalada, ascetas conhecidos como Líderes recebem os peregrinos, chamados de Novos Convidados, e os guiam pelos destinos. Em cada gyoba e local de culto ao longo do caminho, são recitadas canções e entoados sutras e mantras budistas.

Assim, após cada prática, realizam o goma, um ritual budista de queima de gravetos para obter uma bênção, no topo do Monte Sanjogatake. Cada participante faz uma oração antes de iniciar a descida da montanha.

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Como as pessoas percebem essas limitações atualmente?

Em meio aos debates sobre direitos e igualdade de gênero, muitos consideram essas restrições ultrapassadas e discriminatórias.

No entanto, elas continuam vigentes em respeito e preservação às tradições culturais e religiosas das comunidades locais.

O desafio de conciliar tais tradições com os princípios modernos de igualdade tem sido uma questão complexa para muitos desses locais.

Além da Grécia e do Japão, outros países também possuem locais com restrições semelhantes, cada qual com suas próprias justificativas e normas.

Essas regras refletem não somente crenças religiosas, mas também questões culturais complexas que caracterizam cada sociedade.

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Diálogos e mudanças futuras

Enquanto o debate segue, cresce o número de vozes que pedem por alterações nessas tradições, visando promover um acesso mais amplo e igualitário.

Mudar tradições antigas é um processo lento e complexo, que requer sensibilidade às nuances culturais e respeito às práticas religiosas.

Por enquanto, muitas mulheres viajantes ainda terão que, infelizmente, evitar esses destinos em seus roteiros de viagem.

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