Caçadores de naufrágios encontram navio pirata do século 17 em Gibraltar

Exploradores encontram navio corsário berbere no fundo do mar, trazendo à tona riquezas e histórias perdidas de piratas do século 17

Caçadores de naufrágios descobriram um navio pirata do século 17 a quase 830 metros de profundidade no Estreito de Gibraltar. Este achado, que permaneceu oculto por quase duas décadas, foi localizado entre Espanha e Marrocos.

Piratas berberes utilizavam a embarcação conhecida como tartane, frequentemente disfarçando-se de pescadores para evitar levantar suspeitas.

Os caçadores de naufrágios são exploradores que buscam destroços de navios afundados para recuperar tesouros, artefatos valiosos e outras riquezas perdidas no mar.

Equipados com tecnologias de mergulho e mapeamento subaquático, esses caçadores muitas vezes desvendam histórias marítimas e resgatam itens históricos, tornando-se figuras fascinantes na exploração dos mistérios dos oceanos.

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Tesouros no fundo do mar

Sean Kingsley, um arqueólogo marítimo responsável pela descoberta, destaca que este é o “primeiro corsário encontrado no coração da Barbária”, conforme reportado à Live Science.

A tripulação de aproximadamente 20 piratas navegava em um pequeno navio de cerca de 14 metros de comprimento, equipado com velas latinas triangulares e remos.

Porém, o mais intrigante é que este tartane estava repleto de dez armas giratórias e diversos mosquetes. Esse detalhe pode indicar que os piratas estavam, provavelmente, em uma missão de captura e escravização.

Os vestígios encontrados incluem um antigo pote de moedas de ouro, um telescópio e utensílios pessoais como garrafas de licor e tigelas de fabricação otomana.

Foto: Seascape Artifact Exhibits Inc

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Este navio se encaixa no perfil de um corsário berbere, segundo Kingsley. Os piratas berberes, que começaram a operar no século 15 a partir de Argel, foram parte significativa do Império Otomano e eram conhecidos por suas incursões ao longo da “Costa da Barbária”, que se estendia do atual Marrocos à Líbia. Suas atividades incluíam o roubo de mercadorias e a captura de pessoas para vendê-las ou mantê-las como reféns.

A Odyssey Marine Exploration, uma empresa americana, descobriu este naufrágio durante uma expedição. Enquanto buscavam os restos do navio de guerra inglês HMS Sussex, eles acidentalmente encontraram o corsário e outros navios antigos, incluindo romanos e fenícios.

Até o início do século 19, os piratas berberes dominaram os mares, mas enfrentaram potências como os Estados Unidos, a Suécia e o Reino Normando da Sicília nas Guerras Bárbaras, onde sofreram várias derrotas.

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