Origens e brasões das famílias Botelho, Cardoso e Carvalho

Conheça a origem das famílias nobres Botelho, Cardoso e Carvalho, com suas histórias, brasões e legado em Portugal e no Brasil.

As famílias Botelho, Cardoso e Carvalho estão entre as mais tradicionais de Portugal, com origens que remontam a diversas localidades do país e uma história ligada à nobreza e aos principais feitos de sua época.

Detentoras de brasões distintos e reconhecidas por sua influência, essas linhagens deixaram descendentes tanto em Portugal quanto no Brasil, onde continuam a ser lembradas por seu legado.

A seguir, apresentaremos aspectos históricos, genealogias e os brasões que representam cada uma dessas famílias.

Família Botelho

Procedem de diversas localidades de Portugal, como Mirandela, Coimbra e Lisboa. Estiveram entre as famílias nobres de Portugal, sendo descendentes de Paio Mogudo de Sandrim, o velho, cujo trineto foi o primeiro a utilizar esta alcunha. Possuíram a Casa dos Condes de S. Miguel.

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Brasão da Família Botelho

 

O brasão da família está assim descrito: ouro com quatro bandas de vermelho.

Outra descrição: São suas armas [brasão] duas copas [objetos heráldicos que se assemelham a taças ou cálices] de ouro cobertas e postas em duas palas [faixas verticais paralelas] lavradas de preto. Timbre [elemento que aparece acima do escudo]: Meio leão de ouro.

Família Botelho no Tocantins

Pedro Botelho, que viveu durante o reinado de D. João I, rei de Portugal (1383-1433), ocupou os cargos de diretor da alfândega, conselheiro e mordomo do rei Felipe.

Antônio Lima, renomado linhagista de Portugal, afirma que Pedro Botelho era neto de outro Botelho, que foi Comendador da Ordem de Cristo. Pedro foi casado com Isabel Eanes, filha de Gonçalo Eanes Bouzos.

No município de Almas, cuja sede era conhecida como Arraial de São Miguel e Almas, ainda quando era um distrito do município de Natividade, há descendentes dessa família. O tronco local inclui Manoel Botelho, seu filho Francisco da Cruz Botelho e seus sucessores.

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Família Cardoso

Os Cardoso também integravam as famílias nobres do reino, sendo originários de diversas localidades de Portugal, como Lisboa (Freguesia do Sacramento), Mirandela, Aveiro, Castelo Branco e Santarém, entre outras.

Brasão da Família Cardoso

Tinham o seguinte brasão:

De [fundo] vermelho, com um cardo [espécie de planta] de haste e folhas verdes, florido de prata em duas peças [duas flores de prata], uma sobre a outra, arrancado de ouro [raiz dourada] e sustentado por dois leões afrontados do mesmo, armados [garras] e lampassados [língua do leão] de prata. O leão à direita toca as flores com as patas esquerdas, enquanto o leão à esquerda as toca com as patas direitas.

Os Cardoso mantêm ou mantiveram relações de parentesco e alianças com o Visconde de Maranguape, cujo brasão incluía, além das armas dos Cardoso, as dos Gomes, dos Lopes e dos Machado. (Do Capitão Felipe Antônio Cardoso, Patrono da Cadeira n.º 12, da Academia de Letras do Tocantins).

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Família Carvalho

Esta família tem origem em diversas localidades de Portugal, como Carvalho, Guimarães e Trota, sendo contada entre as famílias nobres do país. O Solar [casa principal ou propriedade ancestral de uma família nobre] e Morgado [um conjunto de bens (como terras, imóveis e títulos) que não podia ser dividido ou vendido, sendo transmitido sempre ao herdeiro principal (geralmente o primogênito)] de Carvalho foi instituído em 1236 por Bartolomeu Domingues.

O morgado foi posteriormente herdado por Gomes Fernandes e, em seguida, transmitido a seu filho, Gomes Fernandes de Carvalho, que se tornou mestre de Santiago e senhor do morgado de Carvalho.

Brasão da Família Carvalho

A família utilizava três brasões descritos da seguinte forma:

Carvalho (De Gil Fernandes). De [fundo] azul, com uma estrela de oito pontas encerrada [contida ] numa quaderna de crescente de prata [quatro meias-luas organizadas ao redor da estrela].

Foto: Wikimedia Commons

Carvalhais e Carvalhal: possuem como armas [brasão] um escudo vermelho partido em pala [dividido verticalmente em dois campos iguais, cada um com seu próprio elemento heráldico.]: no primeiro campo, um carvalho verde; no segundo, uma torre de prata sobre um pé de águia. Timbre [elemento que aparece acima do escudo]: a torre com um ramo de carvalho em seu topo.

De Diogo Carvalhal Bem Feito: em campo [fundo] vermelho, um cabelo [gradeamento ou uma estrutura metálica] de prata com frestas e juntas de preto. Timbre [elemento que aparece acima do escudo]: um mouro [inimigo derrotado] nascente [emergindo], armado e toucado de prata, atravessado por uma lança, com uma lua de prata atada ao braço esquerdo por um cordel vermelho. Seu solar é a Quinta do Carvalhal, localizada nos Coutos de Alcobaça.

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Família Carvalho no Tocantins

Há um ramo desta família em Dianópolis/TO, descendente de Afonso Carvalho da Cunha, natural de Santa Rita do Rio Preto, no estado da Bahia. Também no município de Rio da Conceição/TO, antigo distrito de Dianópolis, há membros dessa família.


Nota 1: Este texto é uma adaptação do livro “Historiologia”, do historiador Osvaldo Rodrigues Póvoa (11/05/1925 – 09/11/2023), que dedicou sua vida a preservar e compartilhar a memória histórica de nossa sociedade.

Nota 2: As explicações entre colchetes ([]) foram incluídas para facilitar a compreensão de alguns termos.

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