Por que você sente gastura com esses sons? A ciência responde
Entenda por que alguns sons nos fazem sentir arrepios.
Sons comuns do cotidiano, como o arranhar de unhas em uma lousa, podem desencadear uma sensação de desconforto extremo em muitas pessoas. Pesquisas realizadas nos últimos anos tentam elucidar esse mistério, mostrando que a ciência ainda busca respostas completas para esse fenômeno.
O estudo neural do desconforto sonoro
Uma pesquisa relevante da Universidade de Newcastle, publicada no Journal of Neuroscience em 2012, revelou que sons desagradáveis provocam uma resposta emocional intensa no cérebro.
Através da análise de ressonância magnética, observou-se que a amígdala, responsável por regular nossas emoções, se ativa vigorosamente ao ouvirmos sons que consideramos incômodos.
Durante o experimento, 13 indivíduos foram expostos a 74 sons diferentes, identificando aqueles mais desconfortáveis, como o barulho de giz em um quadro, gritos, o rangido de freios, choro de bebê e o som de uma furadeira.
Sukhbinder Kumar, um dos autores do estudo, sugere que a reação a tais sons aciona mecanismos primitivos de resposta cerebral.
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Sensibilidade ampliada e implicações
Além de uma maior atividade emocional, esses sons desagradáveis intensificam a percepção auditiva, contrariamente ao que acontece com sons suaves. A pesquisa aponta para uma nova forma de entender distúrbios relacionados à percepção exacerbada de sons, como zumbidos e enxaquecas.
Os sons que mais incomodam estão numa faixa de frequência entre 2.000 e 5.000 Hz, sugerindo uma relação direta com a anatomia da orelha humana, que é particularmente sensível a essas frequências.
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A anatomia auditiva e o desconforto
Estudos complementares apontam que o desconforto causado por sons em determinadas frequências pode acontecer pela forma como o canal auditivo amplifica esses sons, um resquício evolutivo ligado à sobrevivência.
Experimentos mostram que é possível atenuar ou intensificar o desconforto dependendo do estado psicológico do ouvinte. Aqueles avisados de que ouviriam sons desagradáveis tendiam a manifestar maior mal-estar, evidenciando a complexa interação entre psique e percepção sonora.
Enquanto a ciência avança, continuamos a desvendar os mistérios de nossa complexa relação sonora ao nosso redor.
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