Já ouviu falar em agamia? Conheça a nova forma de se relacionar

Cada vez mais, surgem práticas para se relacionar devido ao reordenamento das prioridades

Poliamor, relacionamento aberto, monogamish… são várias as novas formas de relacionamento que a sociedade, aos poucos, nos apresenta. Elas vêm, sobretudo, de experiências anteriores, contexto social e mudanças nas prioridades. Tudo isso muda a forma como as pessoas pensam (e repensam) sobre as relações amorosas tradicionais. Neste sentido, surge um conceito diferente para formar vínculos afetivos: a agamia. Já ouviu falar nela?

De modo geral, mesmo os relacionamentos atuais tendem a priorizar a liberdade individual. E é justamente aí que entra a agamia, uma proposta que desafia as convenções, abrindo caminho para a ausência dos “gamos”. Em outras palavras, a união entre duas pessoas que tem o casamento como referência.

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O que é a agamia?

A princípio, o nome agamia vem do grego, ‘a’ (“não” ou “sem”) e ‘gamos’ (“união íntima” ou “casamento”). Assim, se baseia na falta de interesse de um indivíduo em formar um relacionamento romântico com outra pessoa. Ou seja, quem adere ao movimento geralmente questiona a noção de que só é possível se relacionar por meio do amor romântico e do casal.

Sendo assim, enxergam o casamento como uma limitação da liberdade individual e, sobretudo, o não reconhecimento da diversidade das relações. Deste modo, se opõe ao sistema monogâmico e sustenta que o casal é uma estrutura desnecessária. Dito de outra maneira, coloca abaixo o mito do “conto de fadas” que se coloca em torno do casamento: a ideia do príncipe encantado ou da ‘outra metade’, por exemplo.

Assim, torna obsoleto o ideal de, para se desenvolver plenamente como pessoa, é preciso casar e ter filhos. De certa forma, a agamia então permite que a pessoa não precise de outra para alcançar a completude. Pelo contrário, adquire a capacidade de estar sozinha e se conhecer profundamente.

No entanto, não se trata de julgar o relacionamento amoroso. Trata-se de não colocar a existência de um parceiro ou parceira como premissa para ser feliz.

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Experiências passadas podem levar à agamia

Ao mesmo tempo, segundo aponta especialistas em entrevista ao La Nacion, a condição de não estabelecer qualquer compromisso amoroso pode evidenciar algum tipo de problema relacional. Normalmente, é uma forma de rejeição que se fundamenta em más experiências passadas.

Por exemplo, uma traição anterior e, consequentemente, não se ferir novamente. Ou, ainda, ter medo de se comprometer emocionalmente. Estas são algumas das experiências que precedem a decisão de optar pela agamia. Sendo assim, pessoas que não as resolvem tendem a escolher este tipo de caminho.

Ah, mas estão é errado optar pela agamia? Não! Apenas é importante entender que o amor implica aceitar o outro com seus defeitos e evitar que perder sua identidade por capricho individual.

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É importante entender as diferenças

Além de não julgar quem opta pela agamia, sobretudo por preservar sua liberdade individual, vale diferenciá-la de outras tendências. Por exemplo, não é a mesma coisa de estar solteiro ou solteira. Normalmente, a pessoa que está solteira quer encontrar alguém com quem possa estabelecer um relacionamento amoroso. Portanto, vê sua solteirice como um período de transição.

Os agâmicos, por outro lado, partem da premissa de que ter um parceiro ou buscar um condiciona a expressão vital da pessoa, limitando seus comportamentos em outros contextos com outras.

Também existe a diferença para o poliamor que defende a ideia de ter duas ou mais parceiras. Assim, a agamia se distancia do conceito de relação e amor. Ou seja, enquanto o poliamor aceita a possibilidade de amar várias pessoas ao mesmo tempo sem a exclusividade da monogamia, o outro nega essa ideia.

Assim, a agamia não visa aniquilar completamente os vínculos, mas explorar os tipos de uniões pessoais que se encontram, de maneira livre. Em oposição ao poliamor, seus praticantes priorizam o desenvolvimento da sexualidade individual, proporcionando mais espaço e relevância ao autoconhecimento e ao prazer.

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