Cientistas alertam para ameaça da La Niña Atlântica: veja as previsões
A "La Niña Atlântica" e a La Niña no Pacífico podem estar configurando um cenário climático global desafiador.
Muito se tem falado em fenômenos climáticos ultimamente. Isso porque a interferência que o homem tem feito no meio ambiente ao longo dos anos está começando a ter reflexos negativos. Afinal, não é por acaso que estamos enfrentando uma onda de calor sem precedentes. Provavelmente, inclusive, você até viu algumas reportagens que destacavam as sérias consequências da onda de calor no verão na Europa. Ou até mesmo, você sofreu um pouco com essa onda no seu país. Pois então, tudo isso faz parte dos fenômenos climáticos que estão transformando o mundo em que vivemos. E, no meio desses fenômenos, muito provavelmente você escutou falar da La Niña Atlântica. Mas, você sabe o que ele significa? Confira mais informações a seguir.
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La Ninã Atlântica e o clima: as previsões e o que isso representa
Você sabia que o Atlântico equatorial está passando por um fenômeno climático que já está sendo chamado de “La Niña Atlântica”? Este evento ocorre simultaneamente com a transição para uma La Niña no Oceano Pacífico, um padrão que pode ter implicações significativas para o clima global.
Nos últimos três meses, a temperatura do Atlântico equatorial caiu drasticamente, surpreendendo cientistas e meteorologistas. Este resfriamento vem após um período de calor recorde, que foi associado ao aumento das emissões de gases de efeito estufa e a um El Niño no Pacífico, que começou em meados de 2023.
Pedro DiNezio, da Universidade do Colorado Boulder, e Franz Philip Tuchen, da Universidade de Miami, estão entre os especialistas que acompanham essas mudanças. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), julho de 2024 marcou o primeiro mês em mais de um ano em que a temperatura média global da superfície do mar foi mais baixa que no ano anterior.
Esse fenômeno no Atlântico, se continuar com temperaturas 0,5 °C abaixo da média por mais um mês, será oficialmente classificado como uma “La Niña Atlântica”. O interessante é que os ventos alísios, que normalmente impulsionam o resfriamento, não se intensificaram como esperado, adicionando um elemento de mistério ao rápido resfriamento observado.
As implicações desse resfriamento são vastas e variadas. No Pacífico, a La Niña tende a causar secas no oeste dos EUA e chuvas intensas no leste da África. No Atlântico, pode diminuir as chuvas na região do Sahel, na África, e aumentar as precipitações em partes do Brasil. Além disso, pode haver interações complexas entre os dois eventos de La Niña, o que dificulta previsões mais precisas.
Segundo Michael McPhaden, da NOAA, pode ocorrer uma espécie de “disputa” climática, com o Pacífico tentando se resfriar e o Atlântico influenciando em sentido contrário.
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Entendendo melhor as possíveis repercussões da La Ninã Atlântica no Brasil
Apesar de as repercussões desse fenômeno poderem ser as mais diversas e variadas, é possível fazer algumas previsões. Assim, no Brasil, os efeitos da La Niña Atlântica incluem o aumento das chuvas no Nordeste, trazendo alívio para regiões historicamente afetadas pela seca.
No entanto, ela também pode intensificar secas e estiagens no Sul do país, prejudicando a agricultura e o abastecimento de água. Além disso, o fenômeno pode alterar os padrões de temperatura, com quedas em algumas regiões e aumentos em outras. A La Niña Atlântica é menos conhecida do que a sua contraparte no Pacífico, mas à medida que os estudos avançam, espera-se compreender melhor suas repercussões. Para o Brasil, a principal preocupação são os extremos climáticos, que podem afetar tanto o setor agrícola quanto a vida cotidiana em diversas regiões.
Portanto, as repercussões podem ser diversas no clima do país e só nos resta ficar atentos às próximas notícias e nos preparar.
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