Capital brasileira é uma das primeiras ‘cidades-esponja’ do Brasil

Cidades absorvem enchentes e previnem inundações em áreas urbanas.

Você já parou para pensar no poder transformador que o planejamento urbano pode ter sobre os efeitos das mudanças climáticas? A ideia de “cidades-esponja” vem ganhando terreno como uma solução eficaz na luta contra enchentes urbanas, uma realidade cada vez mais presente em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Mas, você sabe o que são elas? Venha entender um pouco melhor esse contexto e a sua importância.

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Como as cidades-esponja protegem de enchentes

Recentemente, o Rio Grande do Sul foi palco de uma tragédia natural sem precedentes, um alerta doloroso sobre as consequências do aquecimento global. Frente a isso, especialistas e autoridades têm buscado alternativas para mitigar esses riscos. Um desses métodos é o conceito de “cidade-esponja”, que prioriza um planejamento hídrico inteligente para grandes centros urbanos, aumentando as áreas verdes e, por conseguinte, melhorando a drenagem e irrigação natural.

De onde surgiu o conceito?

Originário da China, especificamente da cidade de Jinhua, esse conceito surgiu como resposta a enchentes frequentes causadas pela confluência de dois grandes rios. Inicialmente cercada por um grande muro para contenção das águas, a cidade logo percebeu que essa medida era insuficiente. A partir de 2013, um ambicioso projeto transformou áreas asfaltadas em parques, renaturalizou os rios e, assim, Jinhua se tornou uma referência mundial em gestão de águas pluviais.

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As cidades-esponja brasileiras

No Brasil, Curitiba é pioneira nesse modelo. Desde a década de 1970, a cidade investe em parques projetados para armazenar água de chuva, como o Parque Barigui. Este parque, que é o maior da capital paranaense, ocupa 140 hectares e é essencial para prevenir enchentes nos bairros ao seu redor. Durante fortes chuvas em outubro passado, o lago do parque transbordou, mas a água foi naturalmente absorvida pelo solo circundante, evitando danos às áreas residenciais próximas.

Esse modelo de “cidade-esponja” vai além dos parques. Inclui a reconcepção de ruas e a criação de espaços multifuncionais, como estacionamentos e praças que podem atuar como reservatórios de água em situações de chuvas extremas. Além disso, a proteção das margens dos rios, classificadas como Áreas de Preservação Permanente pelo Código Florestal Brasileiro, é essencial para manter a integridade desses sistemas.

A adaptação às mudanças climáticas exige inovação e a reconfiguração do espaço urbano. Dessa forma, mostra que é possível transformar adversidades em oportunidades para criar cidades mais resilientes e sustentáveis.

Por fim, diante dos desastres naturais que o país vem enfrentando, as cidades-esponja vêm se tornando ainda mais importantes para o contexto da sobrevivência no Brasil. Então, você já conhecia esse conceito?

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