Como entrar em estado de flow e ter um foco de invejar?
Pesquisadores revelam que pessoas mais experientes podem atingir nível de concentração mais rápido
O fenômeno do “flow”, definido pelo renomado psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, tem intrigado estudiosos há décadas, oferecendo uma janela interessante para compreendermos a experiência humana em seu estado mais envolvente e satisfatório.
Dessa forma, uma questão fundamental emerge: será que a experiência do flow é igualmente acessível para todos, ou há fatores específicos que influenciam a capacidade de um indivíduo alcançar esse estado de imersão profunda?
Recentemente, pesquisadores têm explorado a relação entre a expertise em uma determinada atividade e a facilidade com que o cérebro pode atingir o estado de flow.
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‘Flow’ chega mais rápido a cérebros mais experientes
Antes de mais nada, a pesquisa sobre o estado de “flow”, conduzida pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, é uma das contribuições mais significativas para a compreensão da psicologia da experiência humana. Assim, Csikszentmihalyi definiu o estado de flow como um estado mental onde uma pessoa está completamente imersa em uma atividade. Com um foco total, envolvimento total e um profundo sentimento de energia e satisfação.
Ao estudar diversas atividades como esportes, artes, trabalho e lazer, Csikszentmihalyi identificou várias características comuns do estado de flow:
- Concentração intensa: durante o estado de flow, a pessoa está totalmente imersa na atividade, perdendo a noção do tempo e do espaço.
- Foco claro de objetivos: a atividade em questão tem objetivos claros e desafios que são percebidos como atingíveis, mas ainda assim exigem esforço e habilidade.
- Feedback imediato: existe um feedback imediato e claro sobre o desempenho da pessoa na atividade, permitindo ajustes contínuos de comportamento.
- Sensação de controle: apesar dos desafios, a pessoa sente um senso de controle sobre a situação, o que contribui para a sensação de fluidez.
- Perda de autoconsciência: durante o flow, a pessoa está tão envolvida na atividade que perde a consciência de si mesma e de suas preocupações cotidianas.
- Experiência autotélica: o flow é intrinsecamente recompensador, ou seja, a atividade em si é gratificante, independentemente de recompensas externas.
Um estudo recente, publicado no periódico Neuropsychologia, investigou a atividade cerebral durante o estado de flow em músicos de jazz. Os resultados sugerem que a experiência e a capacidade de desapegar-se do controle consciente da ação estão diretamente ligadas à frequência e intensidade do fluxo criativo.
Além disso os músicos mais experientes demonstraram entrar mais frequentemente e de forma mais intensa no estado de flow. Isso se refletiu em padrões específicos de atividade cerebral.
Ademais, a prática e o treinamento para deixar de lado o controle consciente são apontados como fundamentais para alcançar esse estado. Dessa forma oferecendo percepções para o desenvolvimento de técnicas que possam facilitar a produção de ideias criativas.
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