Sinal sutil pode indicar um problema no seu cérebro, estudo revela
Saiba mais sobre a pesquisa da Universidade de Toronto e como a IA ajuda na detecção precoce.
Você já teve aquela sensação de esquecer uma palavra que está “na ponta da língua”? Esse fenômeno, embora comum, pode sinalizar algo mais preocupante quando se torna frequente. Pesquisadores da Universidade de Toronto e da Universidade de Sussex apontam que alterações sutis na maneira como falamos podem indicar problemas no seu cérebro.
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Como o nosso cérebro processa a fala
Mas antes, vamos entender como o nosso cérebro consegue processar a fala. Esse processo é um dos aspectos mais incríveis da neurociência. Ele envolve várias áreas do cérebro que trabalham em conjunto para decodificar e compreender a linguagem falada. Existem várias áreas no cérebro responsáveis pelo processamento da fala. Duas das mais importantes são a área de Broca e a área de Wernicke. A área de Broca, localizada no lobo frontal, está associada à produção da fala. Por outro lado, a área de Wernicke, situada no lobo temporal, está relacionada à compreensão da linguagem. Assim, a interação entre essas áreas permite que compreendamos e produzamos linguagem de maneira eficaz.
Além disso, esse processamento envolve várias etapas. Primeiro, os ouvidos captam as ondas sonoras e as convertem em sinais elétricos que são enviados ao cérebro. Esses sinais são então processados pelo córtex auditivo. Em seguida, a área de Wernicke analisa os padrões de som para identificar palavras e estruturas gramaticais. Finalmente, se necessário, a área de Broca coordena os músculos necessários para produzir a fala.
Vale ressaltar que a memória e a aprendizagem também desempenham papéis essenciais no processamento da fala. Dessa forma, a memória de trabalho ajuda a manter informações temporárias enquanto decodificamos uma frase. Enquanto isso, a memória de longo prazo armazena vocabulário e regras gramaticais que aprendemos ao longo do tempo. Além disso, a aprendizagem contínua permite que adaptemos e melhoremos nossas habilidades linguísticas.
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Esquecimento e problemas no cérebro
O estudo em questão utilizou inteligência artificial para analisar a fala de 125 adultos de diversas idades, observando aspectos como a velocidade da fala, pausas e diversidade vocabular. Além disso, uma avaliação da capacidade cognitiva dos participantes foi realizada para correlacionar esses dados.
Curiosamente, o estudo notou que pessoas mais velhas tendiam a falar mais devagar, o que correspondia ao tempo que levavam para lembrar palavras. Essa observação sugere que um processamento cerebral mais lento pode afetar mais do que apenas a memória; ele pode alterar várias facetas da linguagem.
Claire Lancaster e Alice Stanton, da Universidade de Sussex, argumentam que testes de fluência verbal, que desafiam os participantes a listar o maior número possível de palavras de uma categoria em tempo limitado, podem ser mais reveladores sobre problemas linguísticos do que simples tarefas de nomeação de objetos.
Eles defendem que combinar relatos subjetivos de dificuldades na recuperação de palavras com medidas objetivas, como a análise de pausas na fala, pode enriquecer a compreensão dos processos cognitivos. Isso não somente aprimora os métodos de diagnóstico precoce, mas também pode impulsionar o desenvolvimento de ferramentas precisas para a detecção inicial do declínio cognitivo.
Os avanços em tecnologia de processamento de linguagem natural (PLN) desempenham um papel essencial nesta pesquisa. A aplicação da IA no diagnóstico permite a identificação automática de mudanças na fala, como redução da velocidade, oferecendo uma nova abordagem para entender os primeiros sinais de declínio cognitivo. A integração desses métodos modernos promete transformar a maneira como monitoramos a saúde mental, especialmente em idades avançadas.
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