Golpes bancários que estão destruindo a vida das vítimas
Entenda os golpes bancários e o impacto devastador nas finanças e saúde mental das vítimas.
A segurança financeira de muitos brasileiros está sob ameaça constante devido a golpes bancários, um problema que cresce em sofisticação e alcance. O caso de Maria Zélia, uma professora aposentada de 76 anos, relatado pela época negócios, é um exemplo alarmante dessa realidade.
Residente em Brasília, ela sofreu um prejuízo de R$ 180 mil por meio de transferências fraudulentas, saques não autorizados, compras indevidas e empréstimos consignados.
O golpe, ocorrido numa tarde de outubro de 2023, foi executado por estelionatários que se passaram por funcionários do banco, um estabelecimento onde ela mantinha suas economias por duas décadas.
As nuances da fraude
O modus operandi dos fraudadores envolveu uma ligação telefônica, na qual se identificaram como gerentes do banco, alegando suspeitas de movimentações irregulares na conta de Maria Zélia.
Sob o pretexto de verificar a segurança dos cartões e do celular da vítima, convenceram-na a entregar esses itens pessoais, prometendo a instalação de um antivírus no dispositivo. Entretanto, o retorno prometido nunca ocorreu, e Maria Zélia logo percebeu que havia caído em uma armadilha.
O peso emocional e financeiro dos golpes
Este incidente não apenas acarretou uma perda financeira significativa para Maria Zélia, mas também impactou profundamente sua saúde mental e emocional. Seu filho, Antônio Pereira, criticou a ineficácia dos sistemas de alerta bancário, que falharam em detectar atividades suspeitas.
A experiência de Maria Zélia reflete um problema mais amplo de segurança nas transações financeiras digitais, conforme evidenciado pelos dados alarmantes sobre fraudes bancárias no Brasil.
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Enfrentando a maré crescente de fraudes eletrônicas
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central têm sido confrontados com o aumento dos golpes bancários, especialmente em um cenário onde a digitalização financeira acelerou.
O Fórum de Segurança Pública em conjunto com as Secretarias de Segurança dos Estados fez um levantamento de registros de ocorrências de estelionato virtual, tendo sido contabilizadas mais de 200 mil fraudes.
Esse levantamento não inclui estes seis estados da federação: São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.
Em 2022, a Polícia Federal, em colaboração com o setor financeiro, realizou diversas operações de combate a essas fraudes, resultando em prisões significativas.
Apesar desses esforços, o número de vítimas continua alarmante, com milhões de brasileiros afetados anualmente, superando a população de grandes cidades como o Rio de Janeiro.
A percepção de segurança e confiança nas instituições financeiras está em jogo. Especialistas e autoridades enfatizam a necessidade de uma regulamentação mais robusta e de investimentos em segurança para proteger os consumidores.
O setor financeiro respondeu com investimentos substanciais em tecnologia e segurança, embora especialistas argumentem que o crime frequentemente supera esses esforços.
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A resposta do sistema jurídico
A jurisprudência brasileira tem reconhecido a responsabilidade das instituições financeiras nos casos de estelionato eletrônico.
Decisões judiciais, como a Súmula 479 do STJ, enfatizam que os bancos devem arcar com os prejuízos resultantes de fraudes. Reforçando a ideia de que a segurança dos clientes é uma obrigação inerente à atividade bancária.
A discussão em torno da responsabilidade dos bancos destaca a importância da confiança na relação entre instituições financeiras e seus clientes. Isso porque esses últimos depositam nos bancos seus ganhos e esperam deles a segurança. É essa dinâmica de mercado que proporciona credibilidade aos bancos.
Enquanto as autoridades e o setor financeiro buscam fortalecer as defesas contra esses ataques, a história de Maria Zélia ressalta a urgência de medidas efetivas para prevenir futuras vítimas desse tipo de crime.
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