Por que as letras “Q” e letra “U” sempre ficam juntas no português?

Origem dessa regra é antiga.

A língua portuguesa é complexa e, muitas vezes, falamos e escrevemos as palavras sem ao menos pensar nos seus reais significados e na razão da existência de determinados fonemas, letras ou grafias. Então, aqui convidamos você a entender uma curiosidade da nossa língua. Afinal, você já se perguntou por que, na língua portuguesa, a letra “Q” parece ter uma ligação inseparável com o “U”? Essa peculiaridade, embora comum, carrega consigo uma rica história linguística e uma funcionalidade fonética essencial para a estrutura do idioma. Vamos conhecer?

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Por que a letra Q e a U vêm juntas?

A origem dessa regra remonta ao latim, onde o “QU” era frequentemente utilizado para indicar o som /k/ antes das vogais “e” e “i”. Isso porque, sem o “U”, o som de “Q” poderia ser confundido, mudando a pronúncia da palavra. No português, essa combinação se mantém, principalmente para preservar a integridade sonora das palavras. Tomemos como exemplo a palavra “quente”, onde o “U” não é pronunciado, mas é essencial para indicar que o “Q” se pronuncia como /k/.

A regra do “QU” é mais que uma curiosidade linguística. Isso porque ela reflete uma evolução fonética que visa à clareza da comunicação. No latim, a semivogal “U” em combinação com o “Q” ajudava a formar um som distinto, que foi absorvido pelo português. Essa peculiaridade se mantém até hoje, apesar das evoluções ortográficas que eliminaram sinais gráficos como a trema, que também orientava a pronúncia.

Curiosamente, a regra do “QU” também se manifesta em algumas exceções. Por exemplo, em palavras de origem estrangeira, como “Qatar” e “QI”, o “Q” aparece sem o “U”. Essas exceções destacam a flexibilidade e a adaptação do português diante de influências externas, onde a fonética de outras línguas interage com a estrutura ortográfica tradicional.

Além do “QU”, outras regras fonéticas e ortográficas da língua portuguesa demonstram a importância da coerência na escrita e na pronúncia. Por exemplo, o “G” é seguido de “E” ou “I” para modificar seu som, dependendo da necessidade fonética das palavras como “gente” e “girafa”. O “L”, por sua vez, frequentemente se acompanha do “U” para formar ditongos, como em “aula” e acompanha também o “L”, para formar sons como o da palavra “olho”.

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