Misterioso ocidental em tumba chinesa do século 8: quem era ele?

A presença de um homem loiro em uma tumba da dinastia Tang na China sugere intrigantes interações culturais do século 8

Você já se perguntou como seria a interação entre culturas distantes no passado? Uma recente descoberta arqueológica na China oferece uma janela intrigante para essa realidade.

Em Shanxi, uma tumba da dinastia Tang, datada do século 8, foi o cenário de um encontro inesperado nas representações artísticas: um homem loiro, supostamente ocidental.

O que a descoberta da tumba da dinastia Tang significa?

A escavação, que começou em 2018 e se concluiu apenas em junho deste ano, revelou um local de sepultamento para um homem de 63 anos e sua esposa, conforme indicado por uma lápide interna. Contudo, o que realmente chamou a atenção foi a presença desse homem loiro nos murais da tumba.

Essas pinturas, repletas de cenas do cotidiano – como moer grãos, retirar água e cozinhar – são ricas em detalhes e refletem a vida da época. Entretanto, entre essas representações típicas, destaca-se o distinto homem loiro.

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Nessa cena específica, vemos um indivíduo ao lado de uma mulher que aparenta estar no controle dos cavalos. O fato de estar vestido de maneira diferente dos demais e ter cabelos loiros levou os pesquisadores a especularem sobre sua origem.

Foto crédito: Shanxi Provincial Institute of Archaeology

A hipótese levantada por Victor Xiong, pesquisador da Western Michigan University, é que ele poderia ser da civilização Sogdiana, localizada na região que hoje conhecemos como Uzbequistão.

Civilização Sogdiana

A civilização Sogdiana floresceu na Ásia Central, especialmente na área que hoje é o Uzbequistão e o Tadjiquistão, entre os séculos IV a.C. e X d.C. Os sogdianos eram renomados comerciantes na Rota da Seda, conectando o Oriente e o Ocidente com mercadorias e ideias culturais.

Sua língua e escrita influenciaram muitas civilizações, incluindo chineses e persas. Conhecidos por sua destreza no comércio e na diplomacia, eles estabeleceram colônias em importantes cidades ao longo das rotas comerciais. Ademais, a civilização sogdiana é lembrada por sua diversidade religiosa, arte vibrante e capacidade de adaptação, que garantiram sua relevância por séculos.

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A presença de um “ocidental” na tumba não é uma anomalia total. Durante o século 8, a China estava profundamente envolvida em rotas comerciais com o Ocidente, especialmente através da Rota da Seda.

Os sogdianos, conhecidos por seu papel no comércio, eram intermediários frequentes nesses intercâmbios. Portanto, é plausível que indivíduos dessa etnia estivessem presentes na vida cotidiana dos chineses daquela época.

Entretanto, o mistério persiste sobre o motivo pelo qual este homem foi tão significativamente representado nas pinturas murais da tumba. Ele era apenas um conhecido dos proprietários ou desempenhava um papel mais relevante em suas vidas? As teorias variam, mas a verdade ainda é um enigma.

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