Por que aprender inglês é tão difícil? Entenda qual é o segredo!

Saiba o que torna algumas línguas mais fáceis do que outras.

Você já ouviu falar em línguas transparentes e línguas opacas? Esses termos podem parecer um pouco misteriosos, mas são conceitos muito importantes na linguística, especialmente no estudo da ortografia e da fonologia das línguas. Entender a diferença entre esses dois tipos de línguas pode ajudar a entender sobre como aprendemos a ler e escrever em diferentes idiomas. Por isso, estamos aqui para te fazer entender por que é tão difícil aprender inglês.

Por que é tão difícil aprender inglês?

Antes de mais nada, é importante saber que a complexidade da gramática inglesa é um fator significativo. A língua inglesa possui muitas regras gramaticais, exceções a essas regras, tempos verbais variados e estruturas sintáticas que podem confundir até mesmo os alunos mais dedicados. Por exemplo, a diferença entre tempos verbais como o presente perfeito e o passado simples não existe em todas as línguas, o que pode complicar a aprendizagem para quem fala outros idiomas.

Além disso, a pronúncia do inglês pode ser difícil. O inglês possui uma vasta quantidade de sons que não existem em muitas outras línguas, e a relação entre a ortografia e a pronúncia é, muitas vezes, inconsistente. Inclusive, é sobre isso que discutiremos logo abaixo, já que o inglês é uma língua opaca.

Sem contar que a questão do vocabulário também apresenta desafios. O inglês é uma língua rica em sinônimos e nuances, com palavras que possuem significados muito próximos, mas que são usadas em contextos específicos. Além disso, expressões idiomáticas e phrasal verbs (verbos frasais) são abundantes no inglês e frequentemente não têm tradução direta em outras línguas, exigindo que os alunos memorizem estas expressões e entendam seus usos em diferentes contextos.

Outro fator é a influência da primeira língua (L1) dos aprendizes. Quando a língua materna de alguém é muito diferente do inglês em termos de estrutura, fonética ou gramática, a transferência negativa pode ocorrer. Isso significa que os padrões da L1 podem interferir na aprendizagem e uso do inglês, criando dificuldades adicionais.

Ademais, o ambiente de aprendizado e a exposição ao inglês são essenciais. Muitas pessoas aprendem inglês em ambientes onde não têm muitas oportunidades de praticar a língua com falantes nativos, o que limita a imersão e a prática real. A falta de prática pode dificultar a aquisição de fluência e a confiança no uso da língua.

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Línguas transparentes x opacas

Agora, é importante aprender um outro conceito. Não só o inglês pode ser difícil de aprender, na verdade, há outros idiomas que apresentam a mesma dificuldade. Mas, por quê? Para isso, você tem que entender a diferença entre as línguas transparentes e opacas.

Línguas transparentes, também conhecidas como línguas fonológicas, são aquelas em que há uma correspondência clara e direta entre os sons (fonemas) e as letras (grafemas). Em outras palavras, você escreve exatamente como fala. Isso significa que cada fonema tem geralmente uma única representação escrita, e cada grafema representa um único fonema. Um exemplo clássico de língua transparente é o italiano. Na língua italiana, quase todas as palavras são escritas como são pronunciadas, o que facilita o aprendizado da leitura e da escrita.

Por outro lado, as línguas opacas apresentam uma relação mais complexa entre a escrita e a pronúncia. Essas línguas têm muitas exceções às regras básicas de correspondência fonema-grafema, o que pode tornar a aprendizagem da leitura e da escrita mais desafiadora. O inglês é um exemplo típico de língua opaca. Por exemplo, a pronúncia das palavras “though”, “through”, e “bough” varia bastante, apesar de todas terminarem com o mesmo grupo de letras “ough”.

A diferença entre línguas transparentes e opacas tem implicações significativas para o ensino e a aprendizagem. Em línguas transparentes, os aprendizes podem geralmente confiar na ortografia como um guia confiável para a pronúncia. Isso pode facilitar o desenvolvimento de habilidades de leitura, especialmente para novos aprendizes. No entanto, em línguas opacas, os aprendizes devem frequentemente memorizar uma série de regras e exceções, o que pode complicar o processo de alfabetização.

Além disso, as pesquisas sugerem que crianças que falam línguas transparentes podem aprender a ler mais rapidamente e com mais facilidade do que aquelas que falam línguas opacas. Por isso, educadores e desenvolvedores de currículos precisam considerar essas diferenças ao criar materiais de ensino e estratégias pedagógicas.

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