Saiba qual é a única cidade no mundo onde não há políticos!

Inaugurada em fevereiro de 1968, esta pequena localidade da Ásia tem uma forma diferenciada de governo

Você fica um tanto quanto irritado com os governantes da sua cidade? Ou, ainda, discorda totalmente da política, ao ponto de nem confiar nela? E se a gente te contasse que existe uma cidade onde não há políticos? Por lá, o sistema governamental tradicional não tem lugar. Isso significa que ela funciona sem qualquer estrutura de governo ou líderes políticos.

Parece coisa de filme, mas esse lugar existe. A cidade sem políticos fica no sul da Índia, a cerca de 17 minutos de carro de Puducherry. De fato, trata-se de uma comunidade experimental fundada em 1968 por Mirra Alfassa, conhecida como “a Mãe”. A princípio, o propósito era ser uma localidade internacional dedicada à realização da unidade humana.

Então, vamos saber mais um pouco sobre esse local? E, mais ainda, se não ter políticos faz bem?

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Qual é a cidade onde não há políticos?

Estamos falando de Auroville, uma cantinho que foi construído conforme os planos do arquiteto francês Roger Anger. E a ideia da paz e realização é tanta que seu design original é um mandala.

Por lá, não existe um governo tradicional com políticos. Em vez disso, as decisões são tomadas através de um sistema de autogestão e consenso comunitário.

Segundo o jornal argentino Clarín, a cidade foi inaugurada em 28 de fevereiro de 1968. E só para ilustrar a importância do momento, teve a presença do então presidente da Índia, além de representantes de outros 124 países. Tudo foi muito simbólico, pois cada um deles jogou um punhado de terra de seu país de origem dentro de uma urna para indicar assim a fraternidade universal.

Este recipiente que guarda um pouco de cada país está enterrado no centro de Auroville. Atualmente, a cidade onde não há políticos abriga cerca de 3.300 pessoas de 52 países. Mas, cerca de 50% dos residentes são indianos, enquanto 20% são franceses. No centro, fica o Matrimandir, que é um edifício considerado como o núcleo.

Na verdade, é mesmo uma gigantesca sala de meditação revestida internamente com paredes de mármore branco. Nela, ainda há uma grande esfera de cristal de 70 metros de diâmetro.

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Qual foi a origem de Auroville?

De acordo com sua página oficial, tudo começou em setembro de 1965, em um contexto internacional de guerra fria. Naquela ocasião, a Índia era o maior dos países não alinhados. Então, a Mãe enviou uma proposta à UNESCO, por meio do Governo Indiano, para criar uma cidade internacional.

O motivo para a criação de Auroville foi, segundo palavras de Alfassa, a existência do “lugar em uma vida comunitária internacional, onde homens e mulheres aprendem a viver em paz, harmonia. Além de todas as crenças, opiniões políticas e nacionalidades”.

Então, em novembro de 1966, a Assembleia Geral da UNESCO reconheceu unanimemente a cidade onde não há políticos como universal. Com isso, os preparativos começaram a se organizar, o que incluía a compra dos primeiros terrenos para a futura cidade.

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Como se organizam na cidade onde não há políticos?

A princípio, Mirra Alfassa foi a máxima autoridade até sua morte em 1973. Deste então, a cidade experimentou várias formas de governo e atualmente tem um sistema complexo. De modo geral, ele combina uma assembleia de todos os habitantes com vários grupos, além de comitês para organizar a gestão e o desenvolvimento da cidade.

Mas, como se não haver políticos já não bastasse, em Auroville, uma característica chama a atenção. O que também é surpreendente é a renúncia ao dinheiro em espécie. No lugar da moeda, existe um sistema econômico chamado “economia de doação”.

Neste sistema, os residentes contribuem com seu trabalho e recursos de acordo com suas habilidades e necessidades. Assim, ninguém depende exclusivamente de transações monetárias. Esta filosofia promove a colaboração, a igualdade e a sustentabilidade dentro da comunidade.Auroville

Ou seja, estamos diante de uma cidade onde não há políticos e nem dinheiro. Será que funcionaria em outras partes do mundo? Ou, é desse sistema de vida que as pessoas realmente precisam para, de repente, terem um pouquinho mais de empatia?

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