Um paraíso proibido: a ilha brasileira com a maior concentração de cobras
Saiba mais sobre a Ilha das Cobras e entenda por que o acesso é restrito.
A Ilha da Queimada Grande, conhecida popularmente como Ilha das Cobras, é um dos locais mais misteriosos e perigosos do litoral brasileiro. Situada a 35 quilômetros de Itanhaém, em São Paulo, a ilha abriga cerca de 15 mil serpentes, incluindo a jararaca-ilhoa, uma espécie que só existe ali.
O local é famoso por sua densidade de cobras, sendo considerado uma das áreas mais infestadas do mundo.
Habitat exclusivo da jararaca-ilhoa
A jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) é a espécie predominante na Ilha das Cobras e não é encontrada em nenhum outro lugar. Esse isolamento geográfico, que dura cerca de 10 mil anos, levou as jararacas a desenvolver características únicas. Por exemplo, a habilidade de subir em árvores é uma adaptação para capturar aves, que constituem sua principal fonte de alimento.
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Além disso, o veneno da jararaca-ilhoa é especialmente potente, adaptado para neutralizar rapidamente suas presas. Em humanos, a picada pode ser fatal em poucas horas, e, por isso, a ilha não permite visitantes.
Nesse sentido, a Ilha das Cobras não possui praias e é coberta por Mata Atlântica, o que torna o acesso bastante complicado. Desde 1985, a região é uma Unidade de Conservação Federal, com visitação restrita a biólogos e profissionais da área ambiental.
Apenas pesquisadores autorizados podem desembarcar para estudar as serpentes e os ecossistemas locais, sob rigoroso controle da Marinha brasileira.
Tentativas de controle da população de serpentes
No final do século 19, a Marinha do Brasil chegou a instalar um farol na ilha para auxiliar na navegação. Faroleiros que moravam ali eram frequentemente expostos ao risco de ataques das cobras, o que levou a uma série de incêndios intencionais na tentativa de reduzir a população de serpentes. Essa prática originou o nome “Queimada Grande”.
Com o tempo, o farol foi automatizado e os últimos moradores deixaram a ilha na década de 1920. Assim, o local ficou entregue à sua fauna única e praticamente intocada.
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Uma das maiores densidades de cobras do mundo
A Ilha das Cobras só perde em quantidade total de serpentes para a Ilha de Shedao, na China, mas é o território com a maior concentração de uma única espécie de serpente, a jararaca-ilhoa. O Instituto Butantan, que estuda as cobras da ilha há mais de um século, estima que a densidade de serpentes na região seja uma das mais altas registradas no planeta.
Além disso, por ser o habitat exclusivo da jararaca-ilhoa, a Ilha das Cobras é um importante ponto de pesquisa para a herpetologia e a conservação ambiental. A proibição de visitantes não só protege a população humana de acidentes, mas também preserva a fauna e a flora locais, essenciais para a manutenção dessa espécie rara e potencialmente perigosa.
Dessa forma, a Ilha das Cobras fascina pesquisadores e curiosos por sua biodiversidade e pelo cenário incomum, sendo um dos locais mais protegidos do Brasil.
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Ilha de Shedao
A Ilha de Shedao, localizada no nordeste da China, é também conhecida como a “Ilha das Cobras”. Esse pequeno território abriga uma das maiores concentrações de víboras venenosas do mundo, principalmente a Agkistrodon shedaoensis. Protegida por lei, a ilha é desabitada por humanos e atrai biólogos interessados em estudar sua biodiversidade única e preservada.
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