O horário de verão vai voltar? Veja o que deve acontecer no país

O Brasil enfrenta uma das piores secas de sua história, afetando mais de 1.400 cidades com níveis extremos ou severos de estiagem, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem). Ocorre que o cenário crítico reacendeu a discussão sobre o retorno do horário de verão.

A medida, que visa economizar energia elétrica ao estender a luz do dia, está novamente “sobre a mesa”, conforme declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O governo analisa se a medida pode ajudar a mitigar os impactos da seca. Além disso, reduzir a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, especialmente nos horários de pico.

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A história do horário de verão no Brasil

Antes de tudo, vamos lembrar a história do horário de verão? Tudo começou em 1931, com o objetivo de economizar energia elétrica ao aproveitar melhor a luz natural do dia. A medida vigorou com algumas interrupções até sua adoção mais consistente a partir de 1985. Durante décadas, ela foi aplicada nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, nos meses de outubro a fevereiro.

O principal objetivo era reduzir o consumo de energia nos horários de pico. Isso se dava sobretudo no final da tarde, quando a demanda por eletricidade é maior. Além disso, coincide com a diminuição da produção das energias solar e eólica. A economia em adiantar o relógio em uma hora variava a cada ano, mas sempre visava aliviar a pressão sobre o sistema elétrico.

No entanto, ele foi extinto em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro. O então presidente justificou a decisão com base em estudos que apontaram uma economia energética marginal. Mais do que isso, havia uma divisão de opiniões entre a população. A princípio, pesquisas indicavam que muitos brasileiros não sentiam os benefícios da medida, além de relatar impactos negativos no sono e na saúde.

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A seca e a nova avaliação do Governo

Só que, agora, isso pode mudar. Neste ano, o país vive um momento crítico devido à seca prolongada. Só para ilustrar, os baixos níveis de chuva têm impactado diretamente a geração de energia hidrelétrica, a principal fonte de eletricidade do país. Como resultado, o governo federal reavalia o retorno do horário de verão como possível solução para economizar energia.

Segundo o ministro Alexandre Silveira, ainda não dá uma decisão definitiva sobre isso. Entretanto, o retorno está sendo analisado com seriedade, sobretudo pelo potencial de economizar energia durante os horários de maior consumo. A medida poderia reduzir a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, mais caras e poluentes.

Além dos benefícios energéticos, o governo também considera outros impactos positivos. Por exemplo, o estímulo à economia, especialmente nos setores de turismo, bares e restaurantes, que tendem a se beneficiar do prolongamento da luz do dia. Apesar disso, a equipe ainda deve avaliar diversos fatores, incluindo a evolução das condições climáticas e o comportamento dos índices pluviométricos nos próximos meses.

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Mas, há controvérsias

Embora o retorno do horário de verão pareça uma solução óbvia diante da crise atual, a medida ainda gera opiniões divergentes entre a população e os especialistas. Por um lado, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, acredita na reimplementação como “boa alternativa” para poupar energia. Isso principalmente em fase de escassez de chuvas e pressão sobre o setor elétrico.

Alckmin destacou que, mesmo com o crescimento das energias renováveis, como a eólica e a solar, o horário de verão ainda poderia desempenhar um papel importante na estratégia de redução de consumo. Além disso, reforçou que, mesmo sem o risco iminente de falta de energia, todos precisam contribuir para a economia de recursos.

Ao mesmo tempo, a decisão final também recai sobre os efeitos na saúde pública, a economia e a opinião da sociedade (lembra, a que fez com que o horário acabasse?). Ou seja, o retorno do horário de verão desperta controvérsia para outros.

E você, é contra ou a favor?