Videochamadas podem apagar seus neurônios? Veja o que diz a ciência!
Atividades neurais são menos complexas em videochamadas do que nas interações reais
As videochamadas se tornaram uma parte constante de nossas vidas, sobretudo após a pandemia da Covid-19. Seja para o trabalho, para se divertir ou manter contato com a família, as calls praticamente integram nosso cotidiano. Mas, pode ser que isso não faça tão bem assim! Recentemente, um grupo de cientistas se propôs a investigar o que acontece em nosso cérebro durante esses momentos de comunicação digital. E os resultados são fascinantes, indicando até que as videochamadas podem apagar neurônios. Será?
A pesquisa tem a neurocientista Joy Hirsch à frente e concentrou-se em entender como o cérebro processa os sinais sociais durante videochamadas. Os achados, publicados na revista Imaging Neuroscience, revelaram uma diferença marcante na atividade neuronal entre interações digitais e encontros presenciais.
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Por que as videochamadas podem apagar nossos neurônios?
A verdade é que a resposta é mais simples (e lógica) do que parece. Segundo o estudo, os sistemas sociais do cérebro estão mais ativos durante os encontros presenciais do que durante as videochamadas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores realizaram uma análise detalhada da atividade cerebral dos participantes durante conversas face a face e videochamadas. Assim, por meio de tecnologias de neuroimagem, como a espectroscopia funcional de infravermelho próximo (fNIRS) e eletroencefalografia (EEG), acompanharam como o cérebro respondia a essas diferentes formas de interação.
Inicialmente, durante as conversas presenciais, observou-se uma atividade nas áreas cerebrais mais complexa relacionadas com interações humanas. Em contraste, essa atividade caiu significativamente durante as videochamadas, especialmente em regiões como a dorsal-parietal. Vale lembrar que esta desempenha um papel importante no processamento de sinais sociais.
Além disso, os pesquisadores notaram diferenças no comportamento dos participantes ao longo das duas formas de comunicação. Nas interações presenciais, houve períodos mais longos de olhar atento e maior dilatação das pupilas. Isso indica maior excitação e atenção.
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Devemos parar com as videochamadas?
Certo, então, se as videochamadas podem apagar neurônios, o ideal é parar com elas? Não! Apesar dessas descobertas, as calls continuam sendo uma ferramenta indispensável, principalmente para quem mora longe ou trabalha remotamento. Afinal, vivemos em um mundo digitalizado cujas distâncias são cada vez menores devido à tecnologia.
Sendo assim, as videochamadas continuam importantes. Só para exemplificar, um estudo citado no próprio artigo da Dra. Joy aponta que 99% das pessoas experimentaram melhorias na comunicação graças a videoconferências. Isso se deu especialmente no ambiente de trabalho.
Neste sentido, plataformas como o Zoom estão investindo em inteligência artificial para melhorar a experiência do usuário. Deste modo, tentam se adaptar a essas novas formas de comunicação. Conforme Frederik Maris, líder do Zoom na Europa, Oriente Médio e África, recentes avanços em IA permitem resumir reuniões, facilitar brainstormings e até mesmo redigir e-mails.
Tais funcionalidades, a princípio, tornam as videochamadas mais eficientes e produtivas. Assim, quem sabe, caem também os riscos de elas poderem apagar neurônios?
De qualquer forma, ainda que as videochamadas possam não reproduzir completamente as interações presenciais em termos de conexão social e atividade cerebral, seguem uma ferramenta essencial. Um ponto principal em um mundo onde o trabalho remoto e a comunicação virtual são cada vez mais comuns.
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