Atriz recusou filme ‘Ainda Estou Aqui’ e abriu espaço para Globo de Ouro de Fernanda Torres

Mariana Lima recusou "Ainda Estou Aqui", abrindo espaço para Fernanda Torres vencer o Globo de Ouro.

Por Jéssica Bernardo Em 13 jan, 2025

Grandes obras do cinema muitas vezes são definidas por decisões inesperadas que determinam seus destinos. O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, é um exemplo disso. A recusa de Mariana Lima em interpretar Eunice Paiva abriu espaço para Fernanda Torres assumir o papel, resultando em uma performance memorável que lhe rendeu o Globo de Ouro de 2025.

Por que Mariana Lima recusou “Ainda Estou Aqui”?

A atriz Mariana Lima, reconhecida por sua atuação no teatro, cinema e televisão, era a escolha inicial do diretor Walter Salles para o papel de Eunice Paiva no filme “Ainda Estou Aqui”. No entanto, Mariana declinou o convite devido a questões de saúde e circunstâncias pessoais.

Em uma entrevista dada em dezembro de 2024 ao jornal O Globo, a atriz explicou que estava atravessando um momento extremamente delicado, marcado por um colapso nervoso, o fim de um casamento de 25 anos e a recente perda de sua mãe.

“Cheguei a ver fotos e a estudar um pouco. Mas então veio esse meu processo, e ele [Walter Salles] achou que eu não conseguiria. E realmente, eu não conseguiria,” disse Mariana.

Apesar de não ter participado do projeto, Mariana expressou sua admiração por Walter Salles e pela equipe do filme. Ela reconheceu que, na época, foi doloroso recusar, mas acredita que a decisão foi a mais adequada.

“Penso que se tivesse feito, não teria conseguido fazer a novela (No Rancho Fundo). Apesar de amar Waltinho… Ele disse: ‘a gente vai fazer um filme juntos, fica tranquila,’” revelou a atriz.

Fernanda Torres e a vitória no Globo de Ouro

Com a recusa de Mariana Lima, Walter Salles escolheu Fernanda Torres para o papel de Eunice Paiva. Essa escolha revelou-se acertada, culminando na vitória de Fernanda como Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro de 2025.

É importante ressaltar que, durante a premiação, Fernanda competiu com nomes de destaque como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Kate Winslet, Pamela Anderson e Tilda Swinton.

Ao receber o prêmio, Fernanda Torres expressou sua surpresa e gratidão:

“Achava que não tinha nenhuma chance. Estou chocada. [Uma emoção muito grande] mesmo, por tudo, pela história com a mamãe, com Walter… pela Eunice Paiva, pelo Marcelo Paiva [autor do livro que inspirou o filme]. Estou tão… esse filme é tão bonito, está movendo tantas coisas.”

Além disso, a atriz também ressaltou o apoio de sua mãe, Fernanda Montenegro, que acreditava em sua vitória: “Mamãe tinha certeza! Ela dizia: ‘vai levar’.”

O impacto da conquista para a arte brasileira

Fernanda Torres aproveitou sua vitória para celebrar o cinema brasileiro e enfatizar a relevância da arte nacional.

“Espero que ainda mais pessoas vão ver esse filme, “O Auto da Compadecida 2”, “Manas” e muitos outros filmes lindos que fazemos, e que isso ajude a fortalecer o cinema, o teatro e a arte no Brasil. Vamos ter orgulho dos nossos artistas e escritores,” concluiu a atriz.

A história de “Ainda Estou Aqui”

Baseado no livro homônimo, escrito por Marcelo Rubens Paiva, o filme se passa no Rio de Janeiro dos anos 1970, em plena ditadura militar.

Em síntese, a obra narra a história de Eunice Paiva, uma mulher resiliente que enfrenta a difícil busca pela verdade após o desaparecimento de seu marido, Rubens, sequestrado por policiais à paisana. Mãe de cinco filhos, Eunice se torna um símbolo de força em meio às adversidades da época.

O filme é aclamado por sua representação emocional e histórica, conquistando tanto o público quanto a crítica. Além disso, a atuação de Fernanda Torres é um dos destaques da produção.

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