“Cedilha” ou o “cê-cedilha”: afinal, qual é o correto?

Curiosidades além da ortografia, o que há por trás da ç.

A riqueza e complexidade do idioma português se revelam através de diversos elementos, sendo os sinais diacríticos um aspecto notável desse sistema linguístico. Entre esses sinais, destaca-se o característico “Ç”, cujo nome correto é uma fonte de constante debate: seria ele a “cedilha” ou o “cê-cedilha”?

Origem e evolução da cedilha

A cedilha, símbolo diacrítico responsável por modificar a pronúncia da letra C, tem raízes que remontam ao século XI, quando era utilizado no castelhano.

Embora tenha perdido espaço nesse idioma após uma reforma ortográfica no século XVIII, a cedilha encontrou sua morada na língua portuguesa e em outros idiomas.

Curiosamente, o termo “cedilha” deriva do diminutivo de “ceda,” antigo nome da letra zeta espanhola, traduzido como “pequeno Z.”

Sua forma gráfica atual sofreu influências da escrita gótica medieval, resultado das limitações do alfabeto latino.

Cedilha ou Cê-Cedilha

A letra Ç é corretamente denominada de cê-cedilha ou cê cedilhado, enquanto o sinal gráfico é simplesmente chamado de “cedilha.”

Usamos essa letra quando o C assume o som de /S/ e precede as vogais A, O e U, formando sílabas como “-ça,” “-ço” e “-çu.”

Essa mudança na sonoridade tem o propósito de distinguir a pronúncia divergente do C, migrando do som de /K/ para /S/, como visto em palavras como “caça” e “ranço.”.

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Principais regras de utilização

A cedilha desempenha um papel essencial na ortografia, aplicando-se em diversos contextos. Algumas regras fundamentais incluem seu uso em termos de origem árabe, indígena ou africana, como “açaí” e “iguaçu.”

Além disso, é possível usá-la em palavras com sufixos como -aça, -aço, -iça, -iço, -uça. Por exemplo: “abraço” e “preguiça.”

Também é possível usar a cedilhaem substantivos que derivam de verbos que passam pela substituição do “r” pelo sufixo -ção. Palavras como “apreciação,” “consideração” e “deliberação” ilustram como o Ç desempenha um papel essencial na formação de termos que descrevem processos e estados específicos.

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