Cientistas descobrem oceano subterrâneo a 700 km da superfície

Estudo revela enorme reservatório de água e muda o que se sabe sobre a origem dos oceanos

Cientistas fizeram uma descoberta surpreendente ao identificar um “oceano subterrâneo”, localizado a 640 quilômetros abaixo da crosta terrestre, dentro do manto inferior. O reservatório, envolto em minerais, possui um volume três vezes maior que todos os oceanos da superfície combinados. Além disso, a pesquisa revela que a água está retida em rochas em um estado peculiar, diferente do sólido, líquido ou gasoso.

Essa descoberta traz novas perspectivas sobre o ciclo da água e a origem dos mares. Assim, o “oceano subterrâneo” pode desempenhar um papel fundamental nos processos geológicos e no equilíbrio hídrico do planeta.

O mistério do oceano abaixo de nós

A revelação aconteceu por meio da análise de ondas sísmicas geradas por terremotos, mostrando a presença de água presa em uma rocha azulada chamada ringwoodita. Esse mineral, encontrado na zona de transição do manto inferior, tem a capacidade de armazenar moléculas de água em sua estrutura cristalina.

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Descoberta surpreendente: Oceano subterrâneo a 640 km de profundidade — Imgem: Freepik

Essa descoberta é fundamental para entender a distribuição da água dentro da Terra e seu impacto na geologia do planeta. A presença significativa de água no manto inferior pode influenciar o movimento das placas tectônicas, regular atividades vulcânicas e até mesmo afetar o ciclo global da água.

A interação entre a água e os minerais em um estado peculiar esclarece processos geológicos que antes eram pouco compreendidos. Cientistas acreditam que a retenção dessa água nas rochas resulta de complexas interações químicas ocorridas ao longo de bilhões de anos.

A origem dos oceanos sob uma nova ótica

Anteriormente, acreditava-se que a água dos oceanos veio de cometas que atingiram a Terra nos estágios iniciais de sua formação. Contudo, esta pesquisa sugere que parte da água pode ter vindo de dentro da Terra para a superfície ao longo de bilhões de anos.

Essa teoria também lança luz sobre como o nível dos oceanos é mantido estável: a água do “oceano subterrâneo” pode migrar entre o manto e a superfície devido aos movimentos das placas tectônicas e às erupções vulcânicas.

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Repercussões na ciência e no planeta

A descoberta altera paradigmas sobre o ciclo da água na Terra. O reservatório profundo pode ter um papel importante na regulação da água na superfície e, por conseguinte, na sustentação da vida. Sem essa reserva, os oceanos seriam muito mais extensos, cobrindo quase toda a superfície terrestre.

Os cientistas planejam expandir as pesquisas para outras regiões, em busca de evidências de processos semelhantes. Essa investigação pode fornecer mais esclarecimentos sobre como a água se comporta dentro da Terra e sua relação com o clima e a geologia em longo prazo.

Ademais, futuros estudos devem focar em mapear a extensão desse reservatório e compreender como ele interage com outros processos geofísicos. Os avanços em modelagem computacional podem revelar mais detalhes sobre como a água chegou a essas profundezas e como permanece lá.

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Dessa forma, o reservatório subterrâneo de água não apenas amplia o conhecimento sobre a composição interna da Terra, mas também levanta questões sobre os processos que moldaram nosso planeta.

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