O que acontece realmente quando você diz ‘NÃO’? Irá se surpreender!
Veja o que acontece quando você nega algo.
O uso de negação, uma funcionalidade linguística importante, revelou novas informações sobre como nossos cérebros processam significados modificados. Uma pesquisa recente, conduzida por Arianna Zuanazzi e colegas na Universidade de Nova York, ilustra que a negação de um adjetivo, como em “não bom” ou “não ruim”, desacelera e altera a interpretação cerebral dessas palavras.
Este estudo intrigante, publicado em 23 de maio na revista PLOS Biology, empenha-se em descobrir essas mudanças temporárias na representação cerebral de adjetivos escalares quando precedidos por “não”.
O interesse dos pesquisadores baseia-se na observação de que o cérebro, ao encontrar uma frase negada, processa-a de um modo semelhante à forma afirmativa originalmente, ajustando-a para um sentido mitigado posteriormente.
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Por que a negação faz nosso cérebro trabalhar mais? Veja abaixo
No decorrer do estudo, os participantes foram submetidos a tarefas de avaliação de frases com adjetivos em formas afirmativa e negada. Assim, resultados mostraram que as respostas para adjetivos negados não só eram mais lentas, como também tendiam a variar mais do que as respostas para adjetivos afirmativos.
O rastreamento do cursor indicou que as interpretações iniciais inclinavam-se a ser afirmativas, com ajustes progressivos rumo, mas nunca completamente alcançando, o sentido oposto.
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Como a mitigação afeta a percepção?
Utilizando a magnetoencefalografia (MEG), uma técnica que captura os campos magnéticos gerados pela atividade elétrica cerebral, os cientistas observaram que as representações iniciais de adjetivos negados assemelham-se às dos adjetivos afirmativos.
Essas representações, contudo, são enfraquecidas, reduzindo, e não invertendo, as representações de temperatura, por exemplo, em uma frase como “seu café não está quente”.
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Qual o significado maior dos resultados do estudo?
Essas descobertas sugerem que a negação modifica a representação de objeções neurais mais do que inverte. Além disso, também revelam um mecanismo de supressão, evidenciado pela sincronização aumentada da atividade neural na banda beta em áreas sensoriomotoras.
Esses dados oferecem novas perspectivas sobre como nossa mente compreende e processa alterações de significado ao longo do tempo.
Segundo Zuanazzi, esses experimentos comportamentais e neurofisiológicos integrados permitem uma melhor caracterização das sutis mudanças de significado que a negação traz. Dessa forma, têm implicações tanto para a compreensão linguística, como também para futuras aplicações em inteligência artificial e modelagem computacional da linguagem.
Este avanço na compreensão de operações linguísticas complexas como a negação pode abrir caminho para pesquisas mais aprofundadas sobre outros processos linguísticos essenciais, enriquecendo nossa compreensão sobre as bases neurais da linguagem humana.
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