Dívidas do falecido: quem deve pagar e como os herdeiros são afetados

Guia completo para entender a responsabilidade dos herdeiros sobre as dívidas do falecido

A perda de um familiar é um momento de grande dificuldade emocional. Além dos rituais e decisões práticas que a situação exige, muitas famílias precisam lidar com aspectos financeiros e legais, como as dívidas deixadas pelo falecido. Este cenário, frequentemente inesperado, pode gerar dúvidas sobre responsabilidades e procedimentos necessários.

Dívidas após a morte: o que acontece?

Nem todas as dívidas deixam de existir com o falecimento do devedor. Enquanto algumas são cobertas por seguros contratados previamente, outras permanecem e precisam ser pagas. Em geral:

  • Dívidas cobertas por seguros específicos: empréstimos consignados, pessoais e financiamentos imobiliários frequentemente possuem cláusulas de seguro que quitam o débito em caso de falecimento. Nestes casos, a dívida deixa de existir.
  • Demais dívidas: é necessário quitar as dívidas, mas há regras claras que determinam quem será responsável por elas.

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Quem paga as dívidas de um falecido?

dividas de falecido
Dívidas deixadas pelo falecido: o que os herdeiros precisam saber — Foto: Freepik

No ordenamento jurídico brasileiro, as dívidas de uma pessoa falecida devem ser quitadas utilizando os bens que ela deixou, processo conhecido como espólio. Isso significa que:

  1. Espólio como responsável: neste caso se deve utilizar os recursos e bens pertencentes ao falecido para pagar as dívidas. Os herdeiros não têm obrigação de usar recursos próprios para quitar débitos que excedam o patrimônio herdado.
  2. Limites claros para os herdeiros: uma frase fundamental resume esta proteção legal: “Não há qualquer hipótese de um herdeiro falir em razão de dívida do falecido”. Isso ocorre porque o Código Civil determina que a responsabilidade por débitos se limita ao valor dos bens do espólio. Caso o montante das dívidas seja maior que o patrimônio deixado, os credores assumem o prejuízo.
  3. Custos adicionais para os herdeiros: embora os herdeiros não tenham a obrigação de pagar as dívidas com recursos próprios, o processo legal de inventário e partilha pode gerar despesas, como honorários advocatícios, taxas cartorárias e custas judiciais. Esses gastos são de responsabilidade dos herdeiros.

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Inventário: o procedimento necessário

Para administrar os bens, direitos e obrigações do falecido, é indispensável realizar o inventário. Este processo pode ser:

  • Judicial: quando há disputas entre herdeiros ou credores, ou em casos onde existem herdeiros menores de idade.
  • Extrajudicial: quando há consenso entre as partes e todos os herdeiros são maiores e capazes.

O inventário inclui a catalogação de bens, dívidas, direitos e obrigações. Entre os itens que podem compor o espólio estão imóveis, veículos, joias, contas bancárias, investimentos e valores a receber.

Passos para lidar com as dívidas de um falecido

  1. Contratar um advogado especializado: um profissional em direito sucessório pode auxiliar na análise do espólio e na condução do inventário.
  2. Levantar bens e dívidas: identificar todos os bens e obrigações deixados pelo falecido.
  3. Abrir o inventário no prazo legal: a legislação exige que o processo de abertura do inventário deva ocorrer em até 60 dias após o falecimento.
  4. Pagar as dívidas conforme prioridade legal: pagam os credores na ordem de preferência estabelecida em lei, respeitando os limites do espólio.
  5. Concluir a partilha: após pagar as obrigações, dividem os bens remanescentes entre os herdeiros.

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O que acontece quando as dívidas superam o patrimônio?

Se o total das dívidas exceder o valor dos bens deixados, os credores arcam com o prejuízo proporcionalmente. Por exemplo, em um caso onde a dívida é de R$ 500 mil, mas o patrimônio deixado é de R$ 100 mil, os credores só receberão até o limite do espólio. Os herdeiros, por sua vez, não têm obrigação de pagar o saldo restante de R$ 400 mil.

Considerações finais

A gestão das dívidas e bens de uma pessoa falecida exige organização e cumprimento das obrigações legais. Embora o processo possa ser custoso para os herdeiros, as regras jurídicas garantem que eles não sejam diretamente responsabilizados por débitos que excedam o patrimônio deixado.

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É necessário buscar orientação jurídica adequada para assegurar que todas as etapas sejam realizadas de forma correta e justa.

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