5 etapas do burnout em que você pode estar e ainda não percebeu

Se medidas não forem tomadas a tempo, o transtorno pode piorar e impactar a saúde física e mental

O trabalho e o ambiente laboral saudáveis são direitos reconhecidos pela Organização Internacional do Trabalho. Inclusive, por serem fatores determinantes para a saúde mental. Entretanto, o trabalho também pode ser a chave de ignição para transtornos emocionais por diferentes motivos. Daí, vêm as etapas do burnout, um tipo grave de estresse ligado à sobrecarga profissional. E acredite: ignorá-las pode comprometer seu bem-estar de forma irreversível.

Quando a pessoa se sente realizada no trabalho, inevitavelmente melhora seu senso de autoconfiança e propósito. Sem falar na oportunidade de promover relações positivas. Por outro lado, o mundo corporativo está cada vez mais exigente e competitivo. Além disso, as ameaças se multiplicam, sobretudo pelos desafios tecnológicos que levam ao medo do desemprego. Ingredientes perfeitos para o surgimento dos quadros de ansiedade, depressão e burnout.

Um dos maiores problemas é que muitos profissionais só identificam estarem com estes transtornos quando chegam ao limite. Por isso, é tão importante reconhecer, por exemplo, as etapas do burnout para buscar ajuda. Mais ainda, saber como sair dele e ter sem bem-estar de volta.

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O que é o burnout?

De modo geral, o burnout é um tipo especial de estresse associado à sobrecarga de trabalho. Primeiramente, o termo começou entre os profissionais de saúde, mas depois disseminou para qualquer tipo de profissão. É bom frisar que existe uma diferença entre burnout e estresse, principalmente porque, naquele, a sobrecarga se manifesta de diferentes formas. Por exemplo:

  • crise vocacional
  • sentimentos de inutilidade e de não estar à altura das circunstâncias
  • maus-tratos
  • doenças físicas

Sendo assim, para compreender as etapas do burnout, vale saber que o quadro se caracteriza por três dimensões:

  • esgotamento de energia
  • distância mental ou sentimentos de negativismo relacionados ao trabalho
  • redução da eficácia profissional

A partir disso, a pessoa começa a experimentar tanto sintomas físicos quanto emocionais. Por exemplo, dores de cabeça frequentes, fadiga extrema, insônia, tensão muscular e ganho de peso. Ademais, mudanças de humor, ansiedade ou depressão, falta de motivação, distanciamento afetivo e, em alguns casos, despersonalização.

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Os sinais das etapas do burnout são aparentes

Em decorrência de tudo isso, a pessoa começa a faltar mais ao trabalho. Além disso, os colegas a veem expressando suas emoções de maneira mais intensa, inclusive com episódios de choro sem motivo aparente. Outro ponto comum é ter mais conflitos interpessoais e dificuldade de se concentrar nas tarefas diárias.

E por que o burnout aparece? Primeiramente, as pessoas experimentam angústia crônica em várias áreas de suas vidas, principalmente por não haver uma separação clara entre vida profissional e pessoal. Isso ocorre especialmente nos cargos em que o trabalhador atua mais horas do que o normal. Ainda, com atividades e responsabilidades acima do adequado.

Por fim, quando há um ambiente de trabalho degradado, conflitos com colegas e chefes, relações de trabalho adversas, a síndrome de burnout vai se formando.

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As 5 etapas do burnout para não ignorar

A princípio, existem cinco etapas do burnout que ajudam a identificar o esgotamento. São elas:

Lua de mel

Esta é a fase em que fluem todos os neurotransmissores que nos fazem sentir bem. A dopamina, por exemplo, fornece energia e faz a pessoa se sentir otimista, animada e cheia de energia. A criatividade e o pensamento estratégico estarão no seu auge. É aquela etapa em que o profissional se sente satisfeito, responsável e atinge altos níveis de produtividade.

Início do estresse

Aqui, o estresse começa a se acumular e intervenções já se fazem necessárias. O problema é que os sintomas específicos desta etapa do burnout se confundem com os do estresse comum, ou seja:

  • problemas de concentração
  • ansiedade
  • irritabilidade
  • baixa qualidade do sono
  • falta de interação social
  • menor produtividade
  • mudanças no apetite
  • dor de cabeça
  • cansaço

Estresse crônico

Nesta fase, o corpo começa a enviar sinais de alerta, como insônia, fadiga, dores de cabeça e/ou problemas gastrointestinais. A pessoa também pode experimentar cansaço persistente, ressentimento, isolamento social e comportamento agressivo. Ou ainda, apatia, atitude cínica, diminuição do desejo sexual e negação de problemas.

A sensação constante de ameaça e pressão pode, inclusive, levar ao consumo de álcool ou drogas.

Burnout

Este é o momento em que realmente começa o esgotamento, embora sua manifestação exata seja diferente para cada pessoa. Mas, de modo geral, trata-se de uma fase de apatia, onde ocorrem o desespero e a desilusão. Sendo assim, as pessoas não veem uma saída para a situação e se tornam resignadas e indiferentes. Os sintomas específicos desta fase incluem:

  • obsessão pelos problemas
  • pessimismo
  • sintomas físicos
  • dúvidas sobre si mesmo
  • isolamento social
  • dores de cabeça crônicas
  • problemas gastrointestinais
  • negligência das necessidades pessoais
  • mudanças de comportamento

A última das etapas é a do burnout crônico

Por fim, neste estágio, o esgotamento pode levar a um transtorno depressivo maior ou de ansiedade generalizada. Com isso, o profissional tem uma tristeza crônica, fadiga física e mental, além de depressão.

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Como tratar o burnout

Diante de um diagnóstico em qualquer uma das etapas do burnout, é fundamental iniciar o tratamento para que o esgotamento não agrave. Antes de tudo, é recomendado o afastamento temporário das tarefas e responsabilidades, seguido do tratamento mental. Neste sentido, é importante adotar hábitos mais saudáveis de rotina, sobretudo horas suficientes de sono, alimentação e atividades físicas.

Mas, quanto tempo o tratamento dura? Isso varia conforme o quadro, indo de meses a anos. Uma das preocupações, entretanto, é ver todos os sintomas voltarem ao retomar a rotina laboral. Neste sentido, vale adotar estratégias para não experimentar um novo esgotamento.

Então, dá para evitar o esgotamento?

Sim, a boa notícia é que, na medida do possível, dá para mitigar o burnout a nível pessoal. No entanto, é importante adotar estas ferramentas:

Eu tenho a mim mesmo

Primeiramente, lembre-se de que já passou por muitos momentos críticos na vida. Capitalizar essa informação e reconhecer-se resiliente é um grande valor.

Entender a diferença entre a vida pessoal e o trabalho

Além disso, é imprescindível aprender a dizer não e estabelecer limites claros na carga de trabalho. Por mais difícil que seja, tente não permitir que o emprego interfira nos compromissos pessoais.

Não se exigir demais diminui as etapas do burnout

Infelizmente, existem ambientes que não reconhecem os limites do colaborador. No entanto, planejar com antecedência e estabelecer prioridades pode ajudar a reduzir o estresse.

Evitar viver hiperconectado

Um dos pontos que contribuem para as etapas do burnout é uso excessivo de redes sociais. Isso faz com que as pessoas pensem que não têm alternativa para se desconectar, nem mesmo nos finais de semana. Então, dê um tempo nelas e viva a vida real.

Tirar pausas regulares pode impedir as etapas do burnout

Mesmo em momentos de muito trabalho, é necessário dedicar tempo para relaxar e recarregar as energias. Ou seja, levantar, dar uma volta, tomar um café e, só assim, voltar às atividades.

Comunicação aberta

Ademais, tente não guardar toda a pressão só para você. Neste sentido, conversar com líderes, equipes, parceiros sobre limites e preocupações ajuda a aliviar o esgotamento. Mais ainda, o diálogo pode inclusive levar a soluções que diminuam a pressão.

Cuidado pessoal

Jamais deixe de lado o cuidado com a saúde física e mental. Isso inclui dormir o suficiente, manter uma dieta balanceada e ter uma rotina de exercícios físicos. Ademais, vale muito praticar técnicas de gerenciamento de estresse como meditação ou exercício.

Apoio social é fundamental em qualquer uma das etapas do burnout

Mesmo que viva só em uma cidade ou país, por exemplo, tente manter uma rede de apoio com amigos e familiares. Compartilhar preocupações e buscar apoio emocional é muito benéfico. Contudo, se sentir que as etapas do burnout surgiram e estão afetando seriamente a vida, procure a ajuda profissional. O que não dá é enfrentar tudo isso sozinho.

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