Fernando de Noronha já foi chamada de “Ilha Maldita”: conheça a história!

Fernando de Noronha é hoje um dos destinos turísticos mais desejados do Brasil, mas nem sempre foi sinônimo de praias paradisíacas e natureza preservada. No passado, o arquipélago era conhecido como “Ilha Maldita” devido ao seu uso como colônia penal. Ao longo dos séculos, a ilha abrigou prisioneiros políticos, exilados e condenados que viviam em condições extremas.

A ilha como prisão e exílio

Localizado a mais de 500 km de Recife, o arquipélago de Fernando de Noronha serviu como prisão desde o século XIX. As autoridades enviaram para lá rebeldes da Revolução Farroupilha, opositores da Revolução Praieira e até capoeiristas, considerados arruaceiros na época. Durante décadas, os detentos construíam suas próprias celas e realizavam trabalhos forçados.

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Além do isolamento geográfico, a ilha possuía celas abertas, expostas ao clima severo. Alguns prisioneiros eram enviados para a Ilha Rata, um local ainda mais isolado, onde enfrentavam tortura psicológica e extrema privação. As equipes também devastaram áreas da vegetação para evitar fugas em jangadas improvisadas.

Quando Fernando de Noronha virou base militar

No século XX, a ilha continuou sendo utilizada para fins estratégicos. Em 1938, o governo de Getúlio Vargas transformou o local no Presídio Político Federal, abrigando centenas de presos considerados subversivos. Entre os detentos estava Carlos Marighella, guerrilheiro e poeta que mais tarde se tornaria uma figura histórica da resistência contra a ditadura.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Fernando de Noronha passou a ter uma função militar. O governo cedeu a ilha aos Estados Unidos como base estratégica, e os militares a usaram para operações de vigilância. Na época da Ditadura Militar, entre 1964 e 1967, serviu novamente como local de confinamento para presos políticos, incluindo o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes.

O fim do isolamento e o turismo em Fernando de Noronha

A transformação da ilha começou em 1988, quando o arquipélago deixou de ser território federal e voltou a fazer parte de Pernambuco. Com o fim do uso prisional e militar, Fernando de Noronha se tornou um polo de preservação ambiental e turismo sustentável. Hoje, a região abriga algumas das praias mais bonitas do mundo e atrai visitantes que buscam contato com a natureza e experiências únicas.

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O que antes foi um local de sofrimento e isolamento agora se tornou um dos cenários mais cobiçados do Brasil. Assim, a história de Fernando de Noronha ilustra como o tempo pode redefinir um lugar, transformando uma “Ilha Maldita” em um verdadeiro paraíso natural.