Filme: A obra-prima de Fellini que você precisa assistir no início do ano

Amarcord é um filme de Federico Fellini que nos transporta para a Itália dos anos 30, em uma jornada pelos recantos da alma humana.

Em um universo cinematográfico repleto de narrativas fugazes, há um filme extraordinário que merece ser visto no início de cada novo ano.

Filme de Federico Fellini

Em meio à ampla oferta cinematográfica, existe uma obra que se destaca como uma jornada única pelo passado e os recantos da alma humana.

“Amarcord”, dirigido por Federico Fellini, é um filme de produção franco-italiana que, apesar de lançado em 1973, transcende as décadas e permanece como uma peça essencial que todos devem assistir no início do ano.

O título “Amarcord” vem da expressão a m’arcord (eu me lembro), originária da região da Emilia-Romagna, onde Fellini passou sua infância. O filme, embora não seja considerado uma autobiografia pelo diretor, reflete elementos de sua própria juventude em Rimini.

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Através dos olhos do personagem Titta, somos levados a revisitar a vida familiar, a religião, a educação e a política nos anos 30, período marcado pelo fascismo.

A trama revela sonhos de um mundo diferente, alimentados pelos turistas de um hotel luxuoso, por um transatlântico que visita a cidade e pelo cinema, enquanto o fascismo começa a surgir.

Entre os personagens memoráveis estão os pais de Titta, um padre cujas confissões são mais fruto de sua imaginação anticonvencional, a sedutora cabeleireira Gradisca, a mulher da tabacaria, a ninfomaníaca Volpina e o tocador de acordeão cego, entre outros habitantes da vila.

Temas abordados no filme

No cerne do filme, Fellini tece críticas contundentes ao regime de Benito Mussolini. Através de imagens marcantes, ele revela a influência prejudicial do fascismo, simbolizada por uma passeata encoberta por uma espessa cortina de fumaça.

A educação sob esse regime é retratada como uma preocupação exagerada com a ordem e a forma, evidenciada pelas saudações rígidas e repetitivas impostas aos jovens.

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“Amarcord” transcende sua época ao denunciar a paranoia e a brutalidade do regime fascista, como ilustrado na cena impactante em que o pai de Titta é torturado e interrogado por supostamente tocar “L’Internationale” em um gramofone.

O filme não apenas oferece uma perspectiva histórica, mas também suscita reflexões sobre a natureza da sociedade e da política, destacando a relevância atemporal de suas mensagens.

Ao assistir a essa obra-prima cinematográfica, mergulhamos não apenas na história italiana, mas nas questões humanas universais. “Amarcord” é mais do que um filme; é um convite à reflexão sobre as complexidades da vida e uma oportunidade de iniciar o ano com uma compreensão mais profunda da condição humana.

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