Como a sua genética pode dizer se o café te faz bem ou mal?
Estudo revela a influência genética no consumo de café e seus efeitos na saúde.
Você já se perguntou por que algumas pessoas parecem se beneficiar do café enquanto outras não? Pode até parecer um pouco estranho, mas, um novo estudo sugere que a resposta pode estar nos nossos genes. Publicado na revista Neuropsychopharmacology, a pesquisa mostra como a genética pode influenciar tanto a quantidade de café que consumimos quanto os efeitos que ele pode ter em nossa saúde.
Então, vamos entender mais sobre essas descobertas e suas implicações.
Leia mais: As 10 melhores frutas do mundo não são só gostosas: você já comeu?
Influência genética no consumo de café
O estudo indica que a quantidade de café ou cafeína que uma pessoa ingere pode ser, em parte, influenciada geneticamente pelos pais. Estudos anteriores com gêmeos já apontavam que características relacionadas à cafeína são de 36% a 58% hereditárias. Agora, os pesquisadores confirmaram que variantes genéticas específicas herdadas dos pais influenciam a quantidade de café que uma pessoa provavelmente consumirá.
Genética, café e obesidade
Para entender melhor se o café é benéfico ou prejudicial à saúde, os pesquisadores realizaram um estudo de associação do genoma inteiro (GWAS). Eles coletaram dados genéticos e informações sobre o consumo de café de dois grandes bancos de dados: 23andMe, com 130.153 participantes dos EUA, e UK Biobank, com 334.649 participantes do Reino Unido.
Os resultados mostraram que participantes com variantes genéticas relacionadas ao maior consumo de café tinham mais chances de desenvolver obesidade. Isso não significa que consumir muito café causa obesidade, mas sim que os fatores genéticos que influenciam o consumo de café também podem estar relacionados ao desenvolvimento da doença.
Leia mais: Coloca batata na água? Veja o jeito certo de fazer purê de batata
Café e saúde mental
Por fim, a relação entre o consumo de café e a saúde mental foi menos clara. Assim, quando os pesquisadores analisaram a conexão entre café e doenças psiquiátricas, os resultados foram conflitantes. No conjunto de dados do 23andMe, havia uma correlação positiva entre a genética do consumo de café e a ansiedade, bipolaridade e depressão. No entanto, no UK Biobank, a correlação era negativa.
Essas diferenças podem ser explicadas pelas variações nas perguntas feitas aos participantes e pelas preferências de consumo de café em diferentes países. Nos EUA, há uma maior preferência por bebidas açucaradas, enquanto no Reino Unido, o café instantâneo é mais popular. Isso mostra que o ambiente também pode influenciar os hábitos de consumo, mesmo entre pessoas com genes semelhantes.
Comentários estão fechados.