Hino a Nikkal: Ouça a música mais antiga da humanidade!

Conheça a melodia mais antiga da humanidade, o Hino a Nikkal, revelando os primórdios da música e suas conexões culturais

Você sabia que descobriram a flauta mais antiga do mundo em uma caverna na Eslovênia? Esse instrumento, com cerca de 50 mil anos, foi esculpido no osso de um urso pelos Neandertais, marcando um dos primeiros exemplos conhecidos da capacidade musical humana.

O Hino a Nikkal: a música mais antiga

Enquanto essa descoberta data de tempos pré-históricos, a música mais antiga, o Hino a Nikkal, é relativamente mais recente, com 3.400 anos.

Esse hino foi composto em honra à deusa Nikkal, a deusa dos pomares e esposa do deus da lua. A música faz parte de uma série de hinos que celebravam os deuses, e o texto descreve uma prece pedindo fertilidade.

LEIA MAIS: 11 bairros mais bonitos do mundo para você se encantar

O que torna esse hino especialmente notável é que ele inclui notações musicais, permitindo que estudiosos modernos decifrem a melodia. A notação musical utilizada baseia-se em um sistema de afinação que precede as escalas musicais contemporâneas, oferecendo uma fascinante janela para o mundo da música antiga.

Descoberta e interpretação modernas

Os arqueólogos encontraram o Hino a Nikkal em 1950 durante escavações no Palácio Real de Ugarit, na atual Síria. Essa música estava enterrada junto com outros hinos hurritas. A peça contém letras, notação musical e instruções específicas para uma lira babilônica, mas ainda gera debates sobre a forma correta de tocar, devido à obscuridade da língua hurrita.

Um interessante resgate moderno desse hino vem do grupo Heilung, que, em seu álbum “Drif”, explora não apenas tradições nórdicas e germânicas, mas também melodias antigas, incluindo uma reinterpretação do Hino a Nikkal. A música “Nikkal”, fundamentada em estudos acadêmicos, busca conectar os ouvintes contemporâneos com tradições e emoções ancestrais.

A Influência Histórica na Arte Moderna

Além de “Nikkal”, o álbum “Drif” inclui faixas que se inspiram em elementos históricos, como a Praça Sator, um palíndromo romano que influenciou até mesmo filmes modernos, incluindo os de Christopher Nolan. Esse palíndromo, assim como outras inspirações folclóricas e cantos militares romanos, ajuda a compor uma atmosfera que transcende as eras.

Os integrantes da Heilung, Christopher Juul, Maria Franz e Kai Uwe Faust, uniram-se com um propósito singular após se encontrarem em uma sociedade de reencenação viking. Eles acreditam que a música é uma ponte para o passado e um veículo para preservar a história. Franz, que cresceu próximo a um campo de enterro viking na Noruega, menciona como seu entorno ajudou a moldar sua identidade e sua arte.

LEIA MAIS: 5 ferramentas de IA para compor músicas ambientes impressionantes

Heilung é um grupo de música folk experimental composto por integrantes da Dinamarca, Noruega e Alemanha. Criada em 2014, a banda utiliza textos e inscrições rúnicas de povos germânicos da Idade do Ferro e da Era Viking para compor suas músicas, que eles chamam de ‘história amplificada do norte da Europa medieval’. O nome ‘Heilung’ significa ‘cura’ em alemão.

A reprodução moderna do hino, com base nas interpretações dos estudiosos, permite que possamos ouvir uma melodia entoada há mais de 3.000 anos. Isso proporciona uma experiência que conecta o passado e o presente através do som.

Música original e nova versão

Essa conexão cultural é enfatizada por Juul, que compara o papel das músicas na Islândia, onde são utilizadas para documentar linhagens, à função educativa e cultural do Hino a Nikkal. Confira a música original e a sua nova versão:

Música original

Nova versão

ARTIGOS RELACIONADOS:

Comentários estão fechados.