Job Ghosting: o fantasma do mercado que assombra candidatos
"Job ghosting" é a prática crescente de recrutadores interromperem a comunicação com candidatos após entrevistas.
Você já se perguntou por que, após uma entrevista, muitas vezes não há retorno por parte das empresas? O fenômeno conhecido como “job ghosting” tem se tornado cada vez mais comum no mercado de trabalho atual. Essa prática, que inicialmente surgiu no campo dos relacionamentos pessoais, agora está presente no ambiente corporativo, afetando candidatos a emprego em todas as indústrias. E, para você que está se perguntando um pouco mais sobre esse fenômeno. O job ghosting ocorre quando empresas interrompem abruptamente a comunicação com candidatos após entrevistas de emprego, sem fornecer qualquer tipo de feedback ou resposta definitiva.
Para os candidatos, a experiência pode ser frustrante e desmotivadora. Muitos investem tempo e esforço na preparação para entrevistas, realizando pesquisas sobre a empresa e ajustando seus currículos e cartas de apresentação para cada oportunidade. No entanto, após o processo de entrevista, o silêncio das empresas pode gerar ansiedade e incerteza, deixando-os sem saber se devem continuar esperando por um retorno ou seguir em busca de novas oportunidades.
Além disso, o impacto do job ghosting vai além da frustração individual. Ele também pode afetar a reputação das empresas, que passam a ser vistas como desrespeitosas e desorganizadas, e pode prejudicar o relacionamento com potenciais talentos no futuro. Assim, entender as razões pelas quais as empresas adotam essa prática pode ajudar candidatos a gerenciar melhor suas expectativas e planejar suas carreiras de forma mais eficaz.
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Por que ocorre o ‘job ghosting’?
O fenômeno, conhecido como “job ghosting” pode causar impactos significativos tanto para o candidato quanto para o empregador. Leonardo Loureiro, especialista em educação empresarial, comenta que, em vez de uma negativa direta, muitos recrutadores escolhem o silêncio, independentemente do motivo. “Imagine a situação: você envia seu currículo, passa por entrevistas e, de repente, o silêncio total da equipe de contratação. A empolgação vira ansiedade, e o candidato fica sem entender o que pode ter dado errado”, relata Loureiro.
Esse silêncio pode ser extremamente desmotivador. O profissional dedica tempo e esforço significativos em entrevistas e dinâmicas, criando expectativas que, quando não correspondidas, deixam um saldo de frustração e dúvidas sobre seu desempenho.
As causas do “job ghosting” variam. Empregadores podem decidir por outro candidato, optar por um funcionário interno, ou mesmo alterar prioridades devido a questões financeiras ou estratégicas. O aumento no uso de inteligência artificial (IA) para agilizar o processo de recrutamento também contribui para esse cenário, onde a massiva quantidade de candidaturas dificulta a personalização nas respostas.
Karen Salim, especialista em Inteligência Artificial, aponta que “a IA tem o potencial de tornar os processos de recrutamento mais justos e eficientes, mas isso exige uma atenção cuidadosa à qualidade dos dados e a garantia de transparência nos algoritmos”. A implementação de IA deve ser feita de maneira ética para evitar perpetuar práticas injustas de contratação.
Por fim, o “job ghosting” pode refletir uma cultura empresarial problemática, indicando práticas de contratação questionáveis ou até desrespeito aos trabalhadores. Nesse cenário, é fundamental que as organizações revisem suas políticas e busquem desenvolver um processo mais humano e transparente de comunicação com os candidatos.
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