Alimentos da sua mesa retornam à lista dos que mais têm pesticidas

Relatório de 2024 divulgado, revela presença preocupante de fungicidas

O consumo consciente de alimentos tem sido uma preocupação crescente em todo o mundo, impulsionado por um desejo por uma vida mais saudável e sustentável. No entanto, a segurança alimentar nem sempre é garantida, especialmente quando se trata da presença de pesticidas em produtos agrícolas.

Recentemente, mirtilos e morangos, duas frutas populares e amplamente consumidas, voltaram a figurar na lista de alimentos contaminados com pesticidas. Assim, esse retorno suscita preocupações significativas sobre os impactos na saúde pública.

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Presença de pesticidas volta a crescer em morangos e mirtilos

Os hábitos alimentares, frequentemente marcados por uma busca por produtos frescos e saudáveis, esbarram em uma realidade preocupante: a presença disseminada de pesticidas em diversos alimentos.

Assim, o relatório de 2024 do Shopper’s Guide to Pesticides in Produce, divulgado pelo governo dos Estados Unidos, revelou que uma parcela significativa das frutas e vegetais não biológicos sofre contaminação com resíduos de pesticidas.

Surpreendentemente, cerca de 95% dos morangos não biológicos e uma variedade de outros produtos, como espinafres, uvas e peras, testados continham níveis detectáveis dessas substâncias químicas.

A “Dúzia Suja”, como se chama a lista compilada pelo Environmental Working Group (EWG), ressalta os doze produtos mais contaminados. Além dos morangos, mirtilos, nectarinas, maçãs e outras frutas populares figuram nessa lista preocupante.

Assim, essa exposição aos pesticidas, como demonstrado por estudos, se associa a uma série de problemas de saúde. Desde malformações congênitas até doenças cardíacas e câncer. Dessa forma afeta não apenas os consumidores, mas também os trabalhadores agrícolas expostos a essas substâncias.

Entretanto, nem todas as notícias são desalentadoras. Por exemplo, o relatório também destaca os “Quinze Limpos”, que incluem alimentos como abacates, milho-doce, cebolas e papaias, com menor presença de resíduos de pesticidas.

Então, esses resultados apontam para uma distinção clara entre culturas e práticas agrícolas. Nela, produtos como morangos, devido ao seu cultivo próximo ao solo e maior vulnerabilidade a pragas, tendem a acumular mais pesticidas.

Os métodos de teste, realizados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e pela Food and Drug Administration (FDA), refletem a preocupação comum dos consumidores em relação à segurança alimentar.

No entanto, o fato de que os resultados revelam a presença de mais de 250 pesticidas em frutas e vegetais sugere uma necessidade urgente de medidas mais robustas de controle e regulamentação.

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Os principais fungicidas

Por fim, pela primeira vez, o Environmental Working Group (EWG) analisou os níveis de fungicidas, uma forma de pesticida, encontrando-os em concentrações elevadas em quatro em cada cinco pesticidas mais comuns na lista “Dúzia Suja”. Dois fungicidas em destaque, fludioxonil e pirimetanil, foram encontrados em diversas frutas.

O fludioxonil forma um revestimento difícil de lavar e se associa a possíveis efeitos adversos à saúde, como perturbações hormonais. Enquanto isso, o pirimetanil é um possível carcinogênico pela EPA em 2004, embora essa classificação tenha sido alterada em 2015.

Estudos sugerem que ambos os fungicidas podem ter impactos negativos, incluindo perturbações hormonais e efeitos na atividade celular.

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