Vilã ou mocinha? Veja se manteiga faz bem ou mal para a saúde

Manteiga pode ser uma opção saudável e natural.

Você já parou para refletir se a manteiga é realmente uma inimiga da sua dieta? Embora frequentemente tachada de vilã por seu alto teor de gordura, a verdade é que a manteiga esconde uma série de benefícios e vantagens que poderiam até surpreender os mais céticos.

Manteiga faz bem para a saúde?

Historicamente, a manteiga e a margarina têm disputado o título de melhor opção para cozinhar e fritar, com muitos inclinando-se para a manteiga por ser menos processada. De fato, cerca de 70% da manteiga é composta por gordura derivada do leite. No entanto, é essencial considerar que, em excesso, qualquer tipo de gordura pode contribuir para o entupimento das artérias e aumentar o risco de problemas cardíacos. Mas isso faz da manteiga uma opção a ser completamente evitada? Definitivamente, não.

Ao analisar os nutrientes, descobrimos que a manteiga é uma fonte rica de cálcio, essencial para manter a força dos ossos e prevenir a osteoporose. Além disso, é uma excelente fonte de potássio, vital para a função muscular e nervosa, e rica em vitaminas lipossolúveis, como A, D e E. Uma simples colher de chá de manteiga pode fornecer 10% da ingestão diária recomendada de vitamina A. Essa vitamina é conhecida por beneficiar a saúde ocular e a função tireoidiana, além de fortalecer o sistema imunológico.

Enquanto a margarina, de origem vegetal, é vista por muitos como uma opção mais saudável devido à menor quantidade de gordura saturada, não se deve ignorar que ela é altamente processada. Em contraste, a manteiga oferece uma digestibilidade superior e protege o intestino contra bactérias nocivas graças ao ácido butírico.

Ao escolher a manteiga ideal, é importante optar por produtos de alta qualidade e menos processados. Verifique o rótulo em busca de uma lista curta de ingredientes – um bom indicativo de naturalidade. E lembre-se: manteigas com coloração mais natural, sem aditivos ou corantes, são as melhores opções. Para aqueles que precisam limitar a ingestão de sódio, as versões sem sal são ideais, tanto para cozinhar quanto para saborear com pão.

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Por que por muito tempo a manteiga foi vista como vilã e comparada à margarina?

A manteiga foi vista como vilã por muito tempo devido a uma combinação de fatores científicos, culturais e industriais que influenciaram a percepção pública sobre gorduras e saúde. Na segunda metade do século XX, a preocupação com doenças cardiovasculares cresceu significativamente. Estudos científicos da época, como os realizados pelo pesquisador Ancel Keys, sugeriram uma ligação entre o consumo de gorduras saturadas, presentes na manteiga, e o aumento dos níveis de colesterol no sangue, o que por sua vez estaria associado a um maior risco de doenças cardíacas.

Paralelamente, a indústria alimentícia viu uma oportunidade de promover a margarina como uma alternativa mais saudável. A margarina, feita a partir de óleos vegetais, contém gorduras insaturadas, que na época eram consideradas mais benéficas para a saúde cardiovascular. Além disso, a margarina poderia ser produzida em massa e a um custo menor, tornando-se economicamente vantajosa tanto para produtores quanto para consumidores. A indústria alimentícia investiu pesadamente em campanhas de marketing que promoviam a margarina como uma escolha mais saudável, contribuindo para a queda na popularidade da manteiga.

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A mudança da visão

Entretanto, a percepção da manteiga e da margarina começou a mudar à medida que novos estudos e compreensões sobre gorduras emergiram. Dessa forma, pesquisas mais recentes desafiaram a visão simplista de que todas as gorduras saturadas são prejudiciais. Estudos sugeriram que a relação entre gordura saturada e doenças cardíacas não era tão direta quanto se pensava e que outros fatores, como o tipo de carboidratos consumidos e o estilo de vida, desempenham papéis cruciais na saúde cardiovascular.

Além disso, a margarina, especialmente as versões mais antigas, continha gorduras trans, resultantes do processo de hidrogenação dos óleos vegetais. As gorduras trans foram posteriormente identificadas como particularmente prejudiciais à saúde, aumentando significativamente o risco de doenças cardíacas. Com a descoberta dos efeitos negativos das gorduras trans, a reputação da margarina sofreu um grande golpe.

Por fim, hoje a visão sobre manteiga e margarina é mais equilibrada.

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