Nunca Deixe de Lembrar: a arte e a vida de Gerhard Richter na Netflix

Arte, política e controvérsia se encontram em “Nunca Deixe de Lembrar”, filme inspirado na vida de Gerhard Richter

O que acontece quando a arte do cinema decide capturar a essência de um pintor recluso sem sua permissão? “Nunca Deixe de Lembrar”, disponível na Netflix e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck, faz exatamente isso ao abordar a história inspirada, mas não autorizada, de Gerhard Richter, um dos pintores mais influentes de nosso tempo.

O filme não apenas participou da corrida pelo Oscar de melhor filme internacional e melhor fotografia, mas também gerou controvérsias ao explorar a vida privada de Richter.

Arte, política e biografia

A resistência de Richter em associar-se ao projeto reflete seu comportamento habitual de se manter distante dos holofotes. Conhecido por suas obras que alcançam valores astronômicos no mercado e adornam os mais renomados museus do mundo, Richter opta por uma existência discreta.

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O pintor expressou descontentamento com o trailer do filme, argumentando que ele distorcia sua biografia e transformava sua vida em um thriller dramático. Ele confidenciou ao diretor que assistir ao filme seria reviver os traumas de seu passado doloroso.

Enredo

O enredo do filme acompanha a vida de Richter, aqui rebatizado como Kurt Barnert e interpretado por Tom Schilling. O espectador é transportado desde sua infância em Dresden, durante o regime nazista, até sua deserção para a Alemanha Ocidental.

Ao longo das três horas de filme, Donnersmarck constrói uma narrativa que flerta com a fronteira entre realidade e ficção, evidenciando como a arte pode ser tanto uma forma de expressão quanto um campo de batalha política.

Incorporando elementos da vida de Richter, como a influência de sua tia Marianne, o filme não apenas relata os traumas, mas também celebra as inspirações que moldaram seu percurso artístico.

A trama se aprofunda nas complexidades da vida amorosa de Barnert e como seus relacionamentos refletem as cicatrizes deixadas por uma infância marcada pelo autoritarismo.

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As camadas emocionais da fotografia e da trilha sonora

Caleb Deschanel, responsável pela fotografia, juntamente com a trilha sonora de Max Richter, adiciona camadas de emoção ao filme, tornando “Nunca Deixe de Lembrar” uma obra que provoca reflexão e fascínio.

Além disso, a ousadia do diretor em explorar a complexidade de Richter, intercalando política e arte, revela as diversas maneiras pelas quais regimes totalitários tentam moldar a identidade cultural e pessoal.

Confira o trailer:

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