De onde veio a expressão ‘Era uma vez’ dos contos de fadas?

Descubra a história e a evolução dessa frase que encanta gerações.

A expressão “Era uma vez…” é conhecida mundialmente por iniciar histórias que nos transportam para o mundo da imaginação. Usada para introduzir contos de fadas e outras narrativas, essa frase sugere um tempo vago e impreciso, marcando o caráter fictício da história. Mas, de onde vem essa expressão?

De onde veio e como surgiu a expressão “Era uma vez”?

Você já parou para pensar que a expressão “era uma vez” dos contos de fadas desempenha um papel importante em nossas vidas? Isso porque ela funciona como uma porta de entrada para mundos imaginários onde tudo é possível.

Essa frase mágica, tão simples e evocativa, prepara o terreno para narrativas que vão além do cotidiano, permitindo que leitores e ouvintes de todas as idades se envolvam em histórias que estimulam a imaginação e a criatividade.

Nos contos de fadas, “era uma vez” estabelece um espaço onde as leis do mundo real são suspensas, e personagens podem viver aventuras extraordinárias, enfrentando desafios e descobrindo lições valiosas. Psicologicamente, essa abertura narrativa oferece um meio para explorar emoções complexas e enfrentar medos de maneira segura e controlada, promovendo o desenvolvimento emocional e moral.

Além disso, esses contos frequentemente encerram lições atemporais sobre virtudes como coragem, bondade, e perseverança, ajudando a moldar valores e comportamentos desde a infância. Para os adultos, revisitar essas histórias pode proporcionar uma sensação de nostalgia e um refúgio do estresse cotidiano, além de relembrar a importância de sonhar e acreditar no impossível.

Mas, você já se perguntou de onde essa expressão tão importante nas nossas vidas surgiu?

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Origem na literatura francesa

O escritor e poeta francês Charles Perrault foi o primeiro a utilizar “Era uma vez” na literatura francesa, no século XVII. Em 1694, no conto “Os desejos ridículos”, Perrault introduziu essa expressão, que mais tarde se tornou popular com a publicação de sua coletânea “Histórias ou contos do tempo passado com moralidades”, conhecida como “Contos da mamãe Gansa”. Dessa forma, a expressão rapidamente se tornou uma fórmula mágica usada por outros autores da época, como Madame d’Aulnoy.

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Influência na literatura europeia

A expressão também ganhou popularidade em outros países da Europa. Na Alemanha, contadores de histórias como Dorothea Viehmann influenciaram os famosos irmãos Grimm, que também usaram “Era uma vez” em suas coletâneas de contos. Na Dinamarca, Hans Christian Andersen seguiu a tradição, solidificando ainda mais o uso dessa expressão na literatura infantil.

Variantes em inglês e outras línguas

Em inglês, a expressão correspondente “Once upon a time” tem raízes no século XIV, aparecendo em poemas épicos como “Sir Ferumbras” e “The Canterbury Tales”, de Geoffrey Chaucer. A popularidade de Perrault, os irmãos Grimm e Andersen ajudou a consolidar essa expressão em várias línguas, tornando-se um elemento essencial dos contos de fadas.

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Contribuições para o gênero dos contos de fadas

Charles Perrault não só popularizou “Era uma vez”, mas também ajudou a formar o gênero dos contos de fadas. Sua obra “Contos da mamãe Gansa” reuniu narrativas orais em um formato literário, criando histórias com fadas, seres mágicos e elementos fantásticos. Outros autores, como Marie-Catherine Le Jumel de Barneville, Baronesa d’Aulnoy, também contribuíram para a definição do gênero com suas próprias histórias encantadoras.

A expressão “Era uma vez” e os contos de fadas evoluíram ao longo dos séculos, adaptando-se a diferentes culturas e mídias. Desde livros e peças de teatro até filmes e séries de TV, essas histórias continuam a encantar gerações. Estudos como “Psicanálise dos contos de fadas”, de Bruno Bettelheim, e “Morfologia do conto maravilhoso”, de Vladimir Propp, exploram a importância desses contos para o desenvolvimento emocional e psicológico.

“Era uma vez” não é apenas uma frase introdutória, mas uma porta de entrada para mundos fantásticos que continuam a fascinar leitores e ouvintes de todas as idades. Sua origem literária e evolução através dos tempos destacam sua importância cultural, garantindo que as histórias começadas com essa expressão permaneçam vivas e relevantes.

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