Ilha Devon — Paisagem inóspita, tragédias coloniais e pesquisas da NASA em um cenário que simula Marte — Foto: Anderson

Os segredos da maior Ilha desabitada do mundo. Confira!

Exploradores e colonizadores enfrentaram desafios imensos em uma das paisagens mais inóspitas do planeta

Por Julia de Almeida Em 4 dez, 2024

A Ilha Devon, situada no Ártico canadense, é conhecida por sua paisagem inóspita e sua história marcada por tragédias humanas. Com um clima extremo e geografia árida, esta é a maior ilha desabitada do planeta e foi cenário de expedições perdidas, tentativas frustradas de colonização e local de estudos da NASA.

Localizada no arquipélago Ártico, na província de Nunavut, a Ilha Devon se destaca pela sua vasta extensão de aproximadamente 55.000 km². Composta por tundras congeladas, penhascos e geleiras, a paisagem desolada e as temperaturas frequentemente abaixo de zero tornam este lugar hostil para a presença humana.

A cratera de impacto Haughton é um dos pontos de interesse da ilha, sendo utilizada para estudos que simulam as condições de Marte. Além disso, é um local crucial para pesquisas científicas, contribuindo significativamente para o entendimento dos ecossistemas árticos e dos efeitos das mudanças climáticas.

Expedições fracassadas e vestígios coloniais na Ilha Devon

Ao longo dos séculos, várias tentativas de ocupação da Ilha Devon terminaram em tragédias. Uma das mais notórias foi a expedição de Franklin em 1845, na qual 129 homens buscaram mapear a Passagem Noroeste. Os vestígios desse desastre, como latas de carne e roupas, foram encontrados na ilha, relembrando a triste história desses exploradores.

Outro marco foi o estabelecimento de um posto da Real Polícia Montada do Canadá em Dundas Harbour em 1924, que acabou sendo abandonado em 1933 após a perda de dois oficiais. Os túmulos desses homens são ainda visíveis, lamentável lembrança das adversidades enfrentadas no local.

O legado da colonização no Ártico

As tentativas de colonização da Ilha Devon refletiram a expansão territorial do Canadá no Ártico. Com o intuito de reforçar sua soberania na região, o governo destacou oficiais da RCMP e coercitivamente realocou famílias inuit para a ilha. Contudo, as condições extremas forçaram a saída definitiva de todos em 1951.

Entre os vestígios deixados pelos primeiros habitantes, arqueólogos descobriram um sítio inuit com mil anos de idade, evidenciando que os povos ancestrais conseguiram sobreviver em Devon muito antes das tentativas de colonização europeia. No entanto, parte dessa história está desaparecendo devido à erosão costeira.

Pesquisas da NASA e simulação marciana

Atualmente, a Ilha Devon é palco do projeto Haughton-Mars da NASA, que usa as condições extremas do local para simular missões de exploração em Marte. O ambiente gélido e a escassez de recursos tornam a ilha ideal para testar tecnologias espaciais e treinar astronautas, revelando sua importância no estudo da sobrevivência em ambientes extremos.

Apesar de permanecer desabitada, as narrativas de tragédias humanas, expedições malogradas e avanços científicos mantêm viva a curiosidade de exploradores e pesquisadores em relação à Ilha Devon, que se consolida como uma peça singular da história polar.

E então, o que achou de descobrir mais sobre a fascinante Ilha Devon, a maior ilha desabitada do mundo? Sua história intrigante, marcada por tragédias humanas, expedições desafiadoras e pesquisas científicas inovadoras, revela como este local inóspito continua a fascinar exploradores e cientistas.

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