Percepção de preço: como definir o que é caro ou barato?

Estabelecer preços razoáveis para os produtos é fundamental para a saúde financeira, mas nem sempre é uma tarefa fácil

Responda com sinceridade: você acha caro ou barato pagar R$ 250 em um sanduíche? Ou, R$ 3 mil por um vestido? Independentemente do quanto você tem na conta, nunca é fácil definir se estamos pagando um bom preço para cada item. Especialmente quando há um valor agregado, como marca e afeto. No entanto, essa percepção de preço é fundamental, principalmente em tempos de alta nos valores dos produtos.

De maneira geral, essas dúvidas surgem em diversos tipos de itens, desde comida até roupa. Passam, também, por carros, telefone (será que os entusiastas da Apple acham muito pagar R$ 6 mil no iPhone 15 Pro?) e computadores. A questão, porém, não é atribuir preço ao serviço ou produto dos outros. Pelo contrário, é compreender se baseamos nossas decisões de compra sem analisar muito os valores que constam na etiqueta.

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Percepção de preço e comparação

No geral, a maneira mais comum que usamos para, levemente, definir o que achamos caro ou barato é a comparação. Por exemplo, por que pagar R$ 500 em uma bolsa de grife se podemos encontrar uma similar, de bom material, pela metade do preço? Além disso, também analisamos nosso salário e, ainda, o que mais poderíamos fazer com esse dinheiro.

No entanto, uma das comparações que frequentemente fazemos é entre as diferentes opções de uma mesma marca. Por isso, quem determina os preços pode brincar um pouco com o que consideramos um custo razoável. Quer um exemplo? Vá a um restaurante e peça o menu. Você vai perceber, obviamente, diferentes valores nos pratos (geralmente, um prato com picanha é mais caro do que o filé de frango, só para exemplificar).

Essa diferença existe por uma série de motivos, desde o custo até o modo de preparo. No entanto, também pode ser uma estratégia para vender um prato específico. Isso funciona porque, quando se trata de preços, tendemos a ir em direção aos intermediários, mas não aos extremos. Em outras palavras, nem tão caro, mas também não tão barato (exceto por questões de orçamento).

Fator qualidade e preço: uma associação inconsciente

Você com certeza já ouviu ou até já disse o ditado: o barato sai caro. Portanto, a qualidade também é um indicador quando se trata da percepção de preço. Aliás, é exatamente nisso que a indústria de luxo se baseia. Afinal, o que explica o sucesso de marcas como a Louis Vuitton? No entanto, isso também acontece na vida cotidiana. Quantas vezes, no mercado, você escolheu um produto um pouco mais caro porque sabia que era bom?

De fato, essa associação entre preço e qualidade, embora nem sempre seja consciente, é bastante forte. Tanto que estudos concluíram que as pessoas tendem a associar os produtos mais caros aos de melhor qualidade. Mas, cuidado, pois isso não necessariamente se traduz em desejo de compra, especialmente em caso de um gasto significativo.

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Referências e decisões de compra

Ainda sobre a percepção de preço, quando sabemos pouco sobre o produto que desejamos comprar, o valor pode pesar mais como sinônimo de qualidade. Além disso, a maneira como tentamos avaliar se algo é caro ou barato também pode se basear em uma referência. Geralmente, as pessoas podem ter um número alto como referência.

De maneira mais clara, pode ser que uma pessoa encontre uma televisão, por exemplo, a R$ 2 mil. E aí, fixe-se nesse valor. Portanto, quando encontrar um aparelho similar, mas de outra marca, por R$ 1000, passa a considerar este último mais em conta.

Resumindo, ao somarmos todos esses processos cotidianos para a percepção de preço, acabamos perdendo a noção do real valor das coisas. Especialmente se envolvermos status e sentimentos nelas. Consequentemente, nos deparamos com um quebra-cabeça mental toda vez que desejamos comprar algo fora do comum.

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