Alimentos que parecem saudáveis, mas podem ser tóxicos

Estudo revela aumento de casos de toxicidade hepática ligados a produtos botânicos populares.

Hoje em dia, é comum que as pessoas entrem em uma busca inalcançável por um corpo e pele perfeitos. Muitas vezes esses ideais são padrões que aparecem nas mídias e redes sociais. Porém, os custos para atingir esse objetivo podem ser altos, muitas vezes, inclusive, às custas de suplementos. Porém, pesquisas recentes indicam que o consumo excessivo de suplementos naturais, considerados por muitos como benéficos, pode trazer sérios riscos à saúde, em especial ao fígado.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Michigan, cerca de 7% dos adultos nos Estados Unidos utilizam pelo menos um dos seis principais suplementos botânicos investigados, como cúrcuma e extrato de chá-verde.

No entanto, a falta de supervisão regulatória e a má interpretação dos rótulos estão contribuindo para um aumento preocupante nos casos de toxicidade hepática.

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Suplementos naturais e seus riscos ocultos

Entre os suplementos mais comuns, a cúrcuma, conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, e o extrato de chá-verde, usado para aumentar a energia, são amplamente consumidos. Todavia, pesquisas têm mostrado que o uso prolongado e em altas doses pode causar lesões graves ao fígado. Estima-se que mais de 11 milhões de adultos nos EUA utilizem cúrcuma regularmente, muitas vezes sem orientação médica.

Embora esses produtos sejam vendidos como alternativas naturais e seguras, muitos consumidores não estão cientes dos riscos associados ao uso inadequado. Estudos revelam que a toxicidade hepática causada por esses suplementos quase triplicou entre 2004 e 2014. A hepatotoxicidade, condição que pode levar à falência do fígado em casos extremos, é um dos principais problemas identificados.

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Falta de regulamentação e supervisão agrava a situação

A ausência de uma regulamentação eficaz para a produção e comercialização desses suplementos naturais contribui significativamente para os riscos. A equipe liderada pela Dra. Alisa Likhitsup, professora assistente de gastroenterologia da Universidade de Michigan, destaca que há discrepâncias frequentes entre os ingredientes listados nos rótulos e aqueles realmente presentes nos produtos.

Além disso, muitos dos estudos que indicam benefícios para a saúde do uso desses suplementos não são controlados ou replicáveis, o que gera uma falsa sensação de segurança entre os consumidores.

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Quem são os mais afetados

Por fim, o estudo também revela que as mulheres, em sua maioria com idade média de 52 anos, são as principais consumidoras desses produtos botânicos. Isso porque elas geralmente recorrem a esses suplementos para tratar sintomas de doenças crônicas, como artrite e distúrbios da tireoide.

No entanto, a falta de evidências científicas sólidas sobre os benefícios desses produtos, aliada aos riscos de toxicidade hepática, levanta um alerta importante para o uso indiscriminado de suplementos naturais sem a devida orientação médica.

Assim, este estudo serve como um importante alerta para a necessidade de regulamentação mais rigorosa e supervisão dos produtos botânicos. A recomendação dos pesquisadores é que tanto consumidores quanto médicos estejam atentos aos possíveis efeitos adversos desses suplementos.

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