Por que a letra ‘H’ ainda existe, mesmo sem ter som algum?
Entenda a origem e o motivo do "H" estar no nosso alfabeto.
A letra “H” pode ser intrigante para quem aprende a língua portuguesa, pois ela não possui som quando é pronunciada de forma isolada, mas ainda assim faz parte do nosso alfabeto. Por que ela existe? A resposta está nas diferentes funções que o “H” assumiu com o passar do tempo em diversos idiomas. Portanto, vamos explorar as funções do “H” no idioma brasileiro e por que continua presente em nossa língua.
Por que o H ainda existe se não tem som?
Mesmo sem som próprio, a letra “H” exerce funções importantes na língua portuguesa. Desse modo, a consoante H pode surgir no início, no meio ou no final das palavras.
H no início das palavras
O H é usado no início das palavras por razões etimológicas, preservando o H inicial da palavra de origem, como “hoje”, “homem”, “história”, “haver” e “hábito”.
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H no meio das palavras
No meio das palavras, o H é utilizado nos dígrafos ch, nh, lh, como em “chuva”, “charuto”, “ilha” e “vinho”. Quando formam dígrafos, as consoantes perdem sua individualidade sonora, já que a combinação das duas gera um único som, correspondendo a um único fonema.
O H também é usado no meio de palavras que são formadas por derivação prefixal. Segundo o novo acordo ortográfico, deve-se usar hífen após o prefixo se a palavra seguinte começar com H. Para exemplificar, temos “semi-hipnotizado”, “extra-hospitalar” e “mal-humorado”.
H no fim das palavras
O H encontrado no final das palavras, é mais comumente em interjeições, apesar de também surgir no início delas. Alguns exemplos são: “ah!”, “bah!” e “hum!”.
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O caso especial da Bahia
A palavra “Bahia” é um exemplo interessante do uso do H. Sua origem vem da “Baía de Todos os Santos”, e o H foi usado para indicar um hiato, facilitando a pronúncia. Com o tempo, muitos termos substituíram o H por acentos, mas o estado da Bahia manteve a grafia original, valorizando sua história.
Desse modo, o Formulário Ortográfico de 1943 reconheceu essa importância histórica. No entanto, o gentílico “baiano” segue regras ortográficas diferentes, sem o H, como determinado pela Academia Brasileira de Letras.
Por isso, a letra H, apesar de silenciosa, tem um papel fundamental na nossa língua. Isso porque ela nos conecta com a história, ajuda a formar sons importantes e contribui para a expressividade da nossa comunicação. Talvez esse seja um dos motivos pelos quais ela ainda não desapareceu, mesmo sem às vezes ter som algum.
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