Será que você pode aprender idiomas durante o sono? A ciência responde!
Será que essa técnica funciona de verdade?
A possibilidade de aprender idiomas durante o sono tem sido um tema interessante tanto na ficção quanto na ciência. Então, com a evolução das técnicas de neuroimagem, pesquisadores começam a descobrir se o cérebro pode realmente adquirir novas informações nesse estado. Um estudo recente em Paris abordou essa questão com uma abordagem inovadora focada na língua japonesa.
Estudos detalhados sobre o aprender idiomas dormindo
A pesquisa conduzida por Sid Kouider, da École Normale Supérieure, junto a Maxime Elbaz e Damien Léger do AP-HP Hôtel-Dieu, envolveu 22 adultos que não falavam japonês. Antes de dormir, esses participantes foram expostos a pares de sons e imagens, como o som de um cachorro latindo emparelhado com a imagem de um cachorro.
Durante o sono, os sons foram reproduzidos novamente, desta vez associados ao termo japonês correspondente, como ‘inu’ para cachorro. Ao acordarem, os participantes eram testados para ver se conseguiam relacionar corretamente a nova palavra japonesa com a imagem apropriada.
O estudo utilizou a eletrocardiografia para observar a atividade cerebral, concentrando-se nas ondas lentas. Descobriu-se que palavras que induziam mais ondas lentas durante o sono tinham uma probabilidade maior de serem lembradas pelos participantes ao despertar. Esses resultados sugerem que as ondas lentas podem ter um papel significativo na consolidação de memórias durante o sono, facilitando o aprendizado de novas informações.
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Comparação entre aprendizado dormindo e acordado
Embora o estudo tenha mostrado que é possível aprender novas palavras durante o sono, os participantes demonstraram aprender cinco vezes mais eficazmente em estado de vigília. O experimento acordado envolveu menos repetições, mas resultou em maior retenção e confiança nas respostas, destacando as limitações do aprendizado durante o sono em comparação com o aprendizado consciente.
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Questões em aberto e perspectivas para futuras pesquisas
Por fim, os resultados levantam questões sobre a viabilidade do aprendizado durante o sono como método de ensino a longo prazo. Além disso, permanece incerto se todas as pessoas têm a mesma capacidade de aprender nesse estado. E também se variações individuais na memória podem influenciar os resultados. Assim, pesquisas futuras são necessárias para explorar esses aspectos e determinar como esse tipo de aprendizado pode ser melhor integrado às práticas educacionais.
Portanto, este estudo indica que, embora o aprendizado durante o sono possa não ser tão fiel quanto durante o estado consciente, ele oferece uma oportunidade de reforçar e consolidar conhecimentos adquiridos. Dessa forma, melhora potencialmente a eficácia geral do processo de aprendizagem.
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