As origens e a história da família Ayres no Brasil

Conheça a trajetória da chegada da família Ayres ao Brasil

O apelido ‘Ayres‘ é derivado do latim Aeria, cidade sobre o Rio Lis em Artois (Países Baixos, na fronteira de Flandres). Vieram para o Brasil procedentes da Ilha Terceira, do Arquipélago dos Açores.

Os Ayres em Portugal

Em Portugal são originários de Benavente (Espanha). O brasão dos Ayres está assim descrito;

Família Aires
Brasão Família Aires

De verde com um braço armado de prata, tendo na mão um punhal do mesmo com a ponta para baixo.

Antão Delgado Aires e sua descendência

Antão Delgado Aires, natural da cidade do Porto em Portugal, foi casado com F. de Cartiga, tendo vindo para a Bahia com dois filhos, possivelmente já viúvo.

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Na Bahia se casou segunda vez, com Branca de Peralta, tendo nascido desse casamento sete filhos, totalizando nove, sendo dois do primeiro casamento, vindos de Portugal. São os seguintes:

Descendentes de Antão Delgado Aires

  1. Antônio Cordeiro Aires
  2. Felipa de Cardiga
  3. Jerônimo Aires
  4. Ana Aires
  5. Maria Cordeiro
  6. Gaspar Cordeiro
  7. Francisco Cordeiro
  8. Antão Delgado
  9. Isabel.

A Família Ayres em São José do Duro (Dianópolis)

Os Ayres vieram para São José do Duro [Dianópolis, no Tocantins] já vinculados aos Cavalcanti, descendentes de Manoel Lourenço Cavalcanti e Isabel Maria de Moura.

Manoel Lourenço Cavalcanti chegou a frequentar o 5º ano de Direito na Faculdade de Olinda, ocasião em que se casou com Isabel Maria de Moura. Abandonou os estudos e foi para Corrente do Piauí, onde se fez amigo, ao que consta, do Major José Francisco Nogueira e do Comendador Lustosa (José Mariano Lustosa do Amaral, Comendador da Ordem da Rosa) que futuramente (1859 a 1861 e 1878 a 1879) viria a ser o vice-presidente da província.

Depois de morar por alguns anos em Corrente, foi para Campo Largo, sede de um vasto município que ao longo dos anos deu origem aos de Santa Rita de Cássia, Cotegipe, Angical, Formosa do Rio Preto e Barreiras, no estado da Bahia. De lá, foi para a fazenda Colônia, na então província de Goiás, na década de 1850.

Para a região de São José do Duro e Santa Maria de Taguatinga, vieram em meados do século XIX com Alexandre José Ayres, filho de Joaquim José Ayres e Ana Maria de Jesus que são, portanto, os troncos mais remotos que encontrei dos Ayres que vieram para Dianópolis.

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Alexandre José Ayres e sua família

Alexandre José Ayres, o velho, morava na fazenda Registro, perto da vila de Santa Rita do Rio Preto, onde se casou com Sebastiana Lima Rocha, que morreu de parto em 6 de janeiro de 1848, deixando uma só filha. Era filha de Manoel Pereira da Rocha e sua mulher Genoveva.

Em segundas núpcias (segundo casamento) se casou em 6 de março de 1850 com Maria Veneranda da Conceição, filha de Manoel Lourenço Cavalcanti e Isabel Maria de Moura, ambos naturais de Pernambuco.

Do primeiro casamento de Alexandre José Ayres, como já foi dito, nasceu uma só filha:

  1. Sebastiana Lima Rocha (06.01.1848

E do casamento com Maria Veneranda da Conceição, nasceram:

  1. Belina Ayres Cavalcanti (09.03.1851 – 11.10.1859)
  2. Orminda Ayres Cavalcanti (07.11.1852)
  3. Joaquim Ayres Cavalcanti Wolney (07.04.1854 – 23.12.1918)
  4. Manoel Ayres Cavalcanti (18.10.1855 – 02.05.1896)
  5. Eliseu Ayres Cavalcanti (30.11.1857)
  6. Salustiano Ayres Cavalcanti (08.01.1860)
  7. Isabel Ayres Cavalcanti (26.12.1862)
  8. Alexandre José Ayres (28.04.1864)

Alexandre José Ayres, o pai, deixou anotações onde aparecem os nomes de vários de seus parentes, como Américo José Ayres, que foi padrinho de sua primeira filha; Joaquim Ayres de Sousa Joca (ou Jácome), genro de Manoel Lourenço Cavalcanti (casado com Belarmina Maria de Moura Cavalcanti); Joaquim José Ayres dos Santos e sua mulher Joaquina Ayres de Jesus, padrinhos de Joaquim Ayres Cavalcanti Wolney; Joaquim José dos Santos Joca.

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Descendência dos Ayres Cavalcanti

Encontrei um registro segundo o qual Maria Veneranda da Conceição era natural de Santa Maria de Taguatinga, Goiás (hoje Taguatinga, no Tocantins).

Manoel Lourenço Cavalcanti e Isabel Maria de Moura moravam em Corrente ou Campo Largo quando Manoel Lourenço veio a Goiás para arrematar a fazenda Colônia (1839), quando Maria Veneranda da Conceição (sua filha) já devia ter nascido, pois é inconcebível que tendo casado em 1850 tivesse onze anos ou menos. Portanto, é no mínimo estranho que sua naturalidade tenha sido dada como de Taguatinga.

Maria Veneranda da Conceição faleceu no dia 14 de setembro de 1865 às 11 horas da manhã e Alexandre José Ayres, o pai, no dia 14 de julho de 1887, na fazenda Jardim da Colônia, onde foi sepultado.

Dos sete filhos de Manoel Lourenço Cavalcanti de que se tem notícia, um deles, Casimiro Alves Ribeiro, adotivo, somente José Messias Cavalcanti e Maria Veneranda da Conceição deixaram descendentes que se expandiram.

Esta circunstância e a ligação dos Cavalcanti com os Ayres de Campo Largo, fizeram-me supor que os Ayres Cavalcanti de Porto Nacional eram descendentes de Salviano Ferreira de Melo, pernambucano, e Isabel Ayres Cavalcante, filha de Alexandre José Ayres, como afirmara meu tio-avô Casimiro Costa, versão contestada pelo Dr. Joaquim Pimenta Barros, descendente do ramo Ayres Cavalcanti, pois Isabel Ayres Cavalcanti foi casada com Nicésio Hermogens Cavalcanti, de Corrente, e só com ele.

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José Messias Cavalcanti não teve filha com o nome de Isabel, o que não invalida a hipótese de os Ayres Cavalcanti de Porto Nacional serem descendentes de Manoel Lourenço Cavalcanti e dos Ayres de Campo Largo. Manoel Ayres Cavalcanti, o pai, (18.10.1855 – 02.05.1896) casado com Joaquina Fernandes de Oliveira, filha do Coronel José Fernandes de Oliveira e Auta do Espírito Santo Leal teve os seguintes filhos:

Descendentes de Manoel Ayres Cavalcanti

  1. Josefa Ayres Cavalcanti
  2. Auta Ayres Cavalcanti
  3. Confúcio Ayres Cavalcanti
  4. Nicésio Ayres Cavalcanti
  5. Manoel Ayres Cavalcanti
  6. Pompilio Ayres Cavalcanti
  7. Maria Ayres Cavalcanti
  8. Voltaire Ayres Cavalcanti (….- 06.06.1986)

Notas:

  1. Este texto é uma adaptação do livro Historiologia, obra do renomado escritor e historiador Osvaldo Rodrigues Póvoa (13/05/1925 – 09/11/2023).

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