Desorbitagem da estação espacial gera preocupação devido ao risco de contaminação

A queda controlada da EEI, embora planejada, levanta sérias questões sobre a segurança ambiental.

A Estação Espacial Internacional (EEI) é um laboratório espacial que orbita a Terra a aproximadamente 400 km de altitude. Resultado de uma colaboração entre 15 países, incluindo Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e membros da Agência Espacial Europeia, a construção começou em 1998 e foi concluída em 2011.

Com dimensões comparáveis a um campo de futebol, a EEI possui 109 metros de largura e pesa cerca de 453 toneladas. Ela viaja a uma velocidade média de 27.700 km/h, completando uma órbita ao redor da Terra em aproximadamente 90 minutos.

Desde novembro de 2000, a estação é habitada continuamente por equipes de astronautas que realizam pesquisas em diversas áreas, como fisiologia humana, biologia, física e astronomia. Esses estudos são essenciais para o avanço do conhecimento científico e para o desenvolvimento de futuras missões espaciais.

A EEI também serve como plataforma para a cooperação internacional e para a realização de experimentos que não seriam viáveis em condições terrestres. Além disso, ela é visível a olho nu de diferentes partes do mundo, proporcionando uma conexão tangível entre a humanidade e a exploração espacial.

estação espacial
Especialistas analisam os riscos ambientais da desorbitação da EEI, programada para 2031 — Foto: Freepik

A Estação Espacial Internacional representa um marco na exploração espacial e na colaboração científica global, simbolizando os esforços conjuntos da humanidade em prol do conhecimento e da inovação.

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O que prevê o plano de desorbitação da Estação Espacial?

A desativação da Estação Espacial Internacional (ISS), planejada para 2031, gera debates sobre seus possíveis impactos no meio ambiente. A NASA, com o apoio da SpaceX, trabalha em estratégias para controlar a reentrada da estrutura, buscando reduzir os riscos ao oceano e à atmosfera. Especialistas, no entanto, têm opiniões divergentes sobre as consequências da operação.

A NASA escolheu a SpaceX para desenvolver o Veículo de Reentrada dos EUA (USDV), uma nave que garantirá a queda controlada da ISS. O objetivo é direcionar a estrutura ao chamado Ponto Nemo, uma região remota no Oceano Pacífico, longe de áreas habitadas. Com isso, espera-se minimizar os riscos para as populações terrestres.

Esse planejamento vem sendo discutido desde 2023, quando o Painel Consultivo de Segurança Aeroespacial (ASAP) reforçou a necessidade de um plano seguro. Porém, especialistas destacaram a importância de evitar emergências que possam exigir uma desorbitação inesperada.

Impactos no oceano e na atmosfera

Enquanto a queda no oceano é considerada de baixo impacto por alguns pesquisadores, como Luciano Anselmo, do Instituto de Ciências de Pisa, o mesmo não pode ser dito sobre a atmosfera. Ele aponta que reentradas espaciais liberam substâncias que podem afetar a camada de ozônio e o clima.

Leonard Schulz, da Universidade de Braunschweig, alerta para o peso da ISS, que ultrapassa 400 toneladas. Vale lembrar que, esse fator representa um desafio para mitigar danos, especialmente em relação aos resíduos liberados durante a reentrada.

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Sendo assim, o Greenpeace sugere a aplicação de convenções ambientais, como a Convenção de Londres, para regular as operações e minimizar os riscos ambientais.

Um dos maiores temores é a possibilidade de uma reentrada descontrolada. Darren McKnight, da LeoLabs, explica que isso poderia gerar colisões com satélites em operação, agravando o problema dos detritos espaciais. Sugeriram alternativas como desmontar a estação ou movê-la para uma órbita mais alta, mas ambas exigem recursos significativos.

A colaboração internacional é essencial

A desativação da estação espacial representa mais do que um marco na exploração espacial, ela evidencia a necessidade de colaboração global para proteger o meio ambiente. O processo exige não apenas a tecnologia adequada, mas também a união de agências espaciais e pesquisadores para encontrar soluções que minimizem os impactos.

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